Cidades

Greve no transporte escolar pode paralisar o ano letivo

Transportadores de alunos ameaçam parar por falta de pagamento. Segundo o sindicato da categoria, dívida já ultrapassa R$ 9 milhões


Os transportadores escolares ameaçam paralisar as atividades a partir da próxima segunda-feira, 21, caso o Governo do Estado (GEA) não realize o pagamento pela prestação de serviços, que estão em atraso desde a gestão passada. Ouvida com exclusividade na manhã desta quinta-feira, 17, no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9), a presidente do sindicato, Albertina Lopes, revelou que a dívida já ultrapassa R$ 9 milhões. “São quatro meses da gestão passada e os três primeiros meses deste ano, que ficaram de ser pagos no dia 10 de março, mas esse pagamento não foi feito até agora”, reclamou.

A presidente do sindicato rebateu a declaração feita à imprensa pela coordenadora de Educação Básica da Secretaria de Estado da Educação (Seed), Edilene Dias, de que por ocasião da abertura do ano letivo na última segunda-feira, 14, a rede escolar se encontrava com todos os pagamentos em dia: “Ela (Edilene) garantiu que antes do início das aulas foi feito o pagamento do transporte escolar, das merendeiras, serventes e manutenção das escolas; vim aqui no programa para protestar, porque na verdade o pagamento de janeiro previsto para ser feito no dia 10 de março não aconteceu foi uma informação equivocada dela; inclusive ontem (quarta-feira) estivemos com o secretário Josenildo (Abrantes, da Fazenda) e ele disse que não há pagamento para o transporte escolar, que não tem recurso, não tem verba e nem previsão (para fazer o pagamento”, relatou.

Segundo Albertina, o atraso vem desde a gestão passada: “No governo passado tivemos atraso de praticamente nove meses, e, ao final, ficaram quatro meses de atraso; até o momento não tivemos o pagamento desses quatro meses e neste ano não recebemos absolutamente nada; como resultado, nossos carros estão ficando sucateados; as aulas começaram e não temos recursos para trabalhar; o transporte é diferente da merenda e das serventes porque temos que ter dinheiro todos os dias para fazer frente às despesas com manutenção e combustível; e isso até mesmo coloca em risco a vida das crianças; transporte escolar sem manutenção é um risco muito grande, principalmente pela péssima situação das nossas estradas”, argumentou.

 Paralisação está sendo articulada

A presidente do sindicato afirmou que se até a próxima segunda-feira, 21, o pagamento dos meses em atraso não for feito a categoria vai decretar greve, o que pode afetar a grande maioria das escolas, principalmente do interior, que depende do transporte escolar: “Até então estávamos cientes que demora estava sendo para preparar o empenho na abertura do orçamento, mas o secretario Josenildo, que é uma pessoa muito carismática, muito atenciosa e que nos recebe sempre, abriu o jogo e disse que não há dinheiro. Por isso vamos comunicar oficialmente ainda hoje ao governador e à Secretaria de Educação que vamos paralisar as atividades por tempo indeterminado se até a próxima segunda-feira o problema não for solucionado”.

 Interferências políticas

Outra denúncia grave foi feita por Albertina. Segundo ela, está havendo interferência política em substituições de motoristas nos municípios do interior: “Além de estarmos tendo dificuldade de diálogo com os responsável pelo transporte escolar na Secretaria de Educação, o Willian e a Lucicléia, porque eles não nos recebe, a categorias está aflita porque está havendo muita substituição, sem qualquer critério, de motoristas que moram nas próprias comunidades em que atuam, como por exemplo no Corre Água e na Região do Pacuí, com a substituição de dois motorista; o de Corre Água, que mora há 16 anos na comunidade, foi substituído por um motorista que mora em Santana, e o do Pacuí por um que mora no município de Cutias; há claro interesse político nessas substituições e sem nenhum respeito ao transportador, que deveria no mínimo ser comunicada dessa substituição, mas isso não acontece”, reclamou.

A reportagem do programa tentou falar com a coordenadora de Educação Básica da Seed, Edilene Dias, mas não logrou êxito e tampouco houve retorno das ligações telefônicas.


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