Cidades

Inexplicável paralisação da mineração em Pedra Branca do Amapari

Na contramão da enorme expectativa por destravar a economia do Amapá num setor vital da indústria, município não retoma projeto de minério de ferro


 

Cleber Barbosa
Da Redação

 

O município de Pedra Branca do Amapari, distante 180 quilômetros de Macapá, vive uma enorme expectativa pela retomada do setor mineral, a partir de um projeto que já foi responsável por fazer do lugar a maior taxa de crescimento populacional do Amapá. Mas as coisas não andam, inexplicavelmente, e a economia local segue estagnada.

 

Depois de abrigar operações de uma das maiores mineradoras do mundo, a Anglo American, a cidade viu inúmeras tentativas de sucessoras retomarem as operações nas jazidas de ferro e até ouro por lá, sendo a última a Zamin Ferrous.

 

Coube a ela assumir o projeto após o desabamento do porto de embarque de minérios em Santana, em 2013, porém resultando na mais grave crise que a indústria mineral já passou no Amapá, com reflexos inclusive na cotação do minério pelo mundo, claro, a partir de outras intervenientes e variáveis.

 

 

O que se viu foi o aprofundamento da crise e o desaquecimento desse segmento que sempre foi protagonista dos melhores indicadores econômicos para cidades como a pequena Pedra Branca do Amapari.

 

O insucesso da Zamin, que chegou a abrir processo de recuperação judicial, suscitou o interesse de novos investidores, de novos mercados, como Singapura, de onde veio a Indo Sino Ltd. e o Reino Unido, de onde veio a Cadence Minerals, que se uniram num consórcio de Joint Venture denominado Grupo Pedra Branca Alliance.

 

Mas apesar de conseguir aquilo que andava em falta por lá – o interesse do capital – as coisas não decolaram. Os novos investidores conseguiram se habilitar junto ao Governo do Amapá, por meio da concessão da Licença de Operação expedida pelo órgão estadual competente, mas estranhamente encontrando barreiras e um estado policialesco por parte da Prefeitura de Pedra Branca do Amapari, que além de não reconhecer a chancela dos órgãos de controle, chegou a barrar operações e apreender equipamentos.

 

A crise tem tido repercussão inclusive na campanha eleitoral deste ano, com a oposição elevando o tom das críticas e prometendo judicializar o caso numa bomba relógio que promete estourar após o pleito eleitoral de domingo.

 


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