Juiz ordena investigação de Cerveró por lavagem e ocultação de
Na decisão que autorizou a prisão preventiva do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró

Na decisão que autorizou a prisão preventiva do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, o juiz Marcos Josegrei determina a abertura de inquérito na Polícia Federal para investigar atos de lavagem de dinheiro e ocultação patrimonial. Segundo ele, esses atos “vêm sendo praticados nos últimos meses até esta data por Nestor Cerveró”.
Substituto do juiz responsável pela Lava Jato, Sérgio Moro, que está em férias, Josegrei também autorizou a PF a obter os valores comerciais dos imóveis do ex-diretor no Rio de Janeiro transferidos para parentes.
Cerveró foi preso pela PF na madrugada desta quarta-feira (14), no Rio de Janeiro, quando chegava de viagem a Londres. Ele já havia sido denunciado por crimes investigados na Lava Jato. Conforme o inquérito, os ilícitos financeiros cometidos pelo ex-diretor ocorreram entre 2006 e 2012.
Chance de fuga
No despacho que autorizou a prisão, Josegrei argumenta que havia indício de que Cerveró poderia fugir do país. “[Cerveró] parece mesmo não enxergar limites éticos e jurídicos para garantir que não sofra as consequências penais de seu agir, o que pode, no limite, transbordar para fuga pessoal caso perceba a prisão como possibilidade real e iminente”, escreveu o juiz no despacho.
Josegrei também afirma que Cerveró realizou a transferência dos imóveis para proteger o próprio patrimônio. Ele apontou uma discrepância entre os valores declarados pelo ex-diretor e os valores comerciais dos imóveis. Cerveró afirmou ter dois imóveis – um de R$ 160 mil e outro de R$ 200 mil –, em Ipanema, bairro nobre do Rio. O juiz destaca: “Para se ter uma ideia, o valor de avaliação judicial feita sobre o apartamento 201 do mesmo edifício em 3 junho de 2013 foi de R$ 2,3 milhões”.
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