Cidades

Juiz Sergio Moro transforma prisão de ex-diretor da Odebrecht

O juiz federal Sergio Moro decretou a transformação da prisão temporária do ex-diretor da Odebrecht Alexandrino de Salles em preventiva – isto é, sem prazo para expirar. Ele foi preso na 14ª fase da Operação Lava Jato, que investiga as construtoras Odebrecht e Andrade Gutierrez. A defesa considerou a decisão ilegal e “arbitrária”.



O MPF se manifestou pela transformação da temporária em preventiva. “Há suficiente prova da autoria, assim como da materialidade, de vários delitos praticados pelo investigado”, sustentam os procuradores. A petição alega ainda que Alexandrino tem “amplo conhecimento das contas bancárias situadas no exterior e que eram empregadas no esquema criminoso”. Assim, concluem, o investigado solto poderia interferir em provas.

A defesa de Alexandrino, por sua vez, afirmou que o pedido para manter o cliente preso era baseado apenas em deduções de que ele está relacionado a crimes. “Nada além de supostos indícios foram articulados para justificar a representação pela custódia preventiva”, afirmam os advogados. A defesa alega ainda que Alexandrino não tentou fugir, prestou os depoimentos que lhe foram requeridos, e ainda se afastou das atividades na Odebrecht.

Para ele, o pedido de demissão não altera o quadro. ” Seria significativo se tivesse ocorrido meses atrás, com as primeiras notícias do envolvimento da Odebrecht no esquema criminoso, pois, aí sim, poderia significar um rompimento de fato entre o investigado e a empresa e suas práticas criminosas. Formular o pedido de demissão após a prisão temporária é um mero estratagema para evitar a preventiva”, afirma o juiz.

Propina
Em depoimento à Polícia Federal (PF), o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou que presenciou Alexandrino de Salles “tratando de assunto relativo ao pagamento de propinas”. Costa disse que se lembra de ter participado de uma reunião em um hotel em São Paulo, com Alexandrino e o ex-deputado José Janene (PP), que morreu em 2010.

“Nessa oportunidade foi tratado de forma clara o assunto relacionado ao pagamento de vantagens ilícitas em troca de benefícios à Braskem na compra de nafta da Petrobras”. A Braskem é o braço petroquímico da Odebrecht.


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