Cidades

Lançado o movimento em defesa do ensino de língua francesa

Aconteceu na manhã do último dia 14 de janeiro, no auditório do Campus 2 da Universidade Estadual do Amapá (UEAP), o lançamento do movimento intitulado EM DEFESA DE UM ENSINO DE QUALIDADE DE LÍNGUA FRANCESA NO ESTADO DO AMAPÁ.


O evento contou com um público aproximadamente de 200 participantes, dentre eles: professores e alunos da rede estadual de ensino, da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP), Universidade Estadual do Amapá (UEAP), Instituto de Ensino Superior do Amapá (IESAP), bem como alunos e ex-alunos, pais de alunos do Centro Estadual de Língua e Cultura Francesa Danielle Mitterrand (CELCFDM) e representantes dos movimentos sociais da sociedade civil e organizada.

As explanações e debates discorreram sobre a situação atual do ensino de línguas estrangeiras no Estado, especialmente no que concerne à problemática relativa às ações anunciadas recentemente na mídia local pelo coordenador do Núcleo de Educação Profissional (NEP) da Secretaria de Estado da Educação (SEED). Os professores presentes alegaram terem sido pegos de surpresa quanto à intervenção da SEED nas atividades do Centro Danielle Mitterrand, que vão desde o cancelamento do Processo Seletivo Anual a fim de serem feitas adequações visando a regularização e a redução do tempo dos cursos oferecidos por esse Centro, tudo isso divulgado na mídia sem qualquer discussão prévia com a comunidade escolar.
 
Desde o ano de 1999 com o início das atividades do CELCFDM, os cursos ofertados tinham a duração de 420 horas, distribuídas em três anos e meio. Tal estrutura foi redefinida para 400 horas, distribuídas em dois anos e meio, o que está em vigor. Com essa organização os alunos estudam 6 horas semanais, durante três dias na semana que é um período adequado para o público de estudantes e acadêmicos, assim como de funcionários públicos e da iniciativa privada. Na decisão anunciada da SEED a carga horária de 400 horas de tais cursos deve ser ministrada em um ano, em regime intensivo durante todos os dias da semana. Preocupados com a incoerência dessa decisão que vai de encontro a todas as orientações metodológicas atuais do ensino aprendizagem de língua estrangeira, a Associação de Professores de Francês do Amapá (APROFAP), lançou o referido movimento a fim de manifestar à sociedade e ao poder público as contradições e incoerências advindas das ações divulgadas.
 
Figuram como preocupações dos profissionais da língua estrangeira: falta de uma política de ensino de língua estrangeira para o Estado, pois não há setor organizado, nem um grupo de trabalho, nem sequer um profissional para atender as demandas dessa categoria; tomada de decisões pela SEED que são à revelia dos profissionais de Língua estrangeira; transformação do Centro Danielle Mitterrand em um Centro de idiomas, visto que essa ação interromperia uma história de 18 anos de uma instituição, que tem servido para a democratização do francês língua estrangeira; intenção da SEED que muda o tempo de conclusão do curso de francês do Centro Danielle Mitterrand de 2 anos e meio para 1 ano; falta de implementação da escolha democrática das línguas estrangeiras a serem trabalhadas em cada escola do ensino fundamental, médio, EJA e modular, visando oferecer o que está previsto em lei; falta de implementação do TERMO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA Nº 1/2013, assinado entre o Amapá (SEED e APROFAP) e a Guiana Francesa, referente ao oferecimento de estágios e de intercâmbio para estudantes e professores das duas nações; ausência de ações de valorização e certificação dos conhecimentos em língua francesa como a realização no Amapá das avaliações de DELF e DALF (diplomas outorgados pelo Ministério da Educação Francesa, de reconhecimento internacional, que atestam o nível de conhecimento do idioma), de acordo com a reunião do dia 21 de setembro de 2015, da qual participaram a APROFAP, o CELCFDM, a Aliança Francesa do Pará e a Embaixada da França no Brasil.
 
Como resultado da reunião foi lançado um manifesto que foi assinado por mais de cem participantes e aberto à adesão de outros. Neste manifesto, que será endereçado aos organismos locais e internacionais ligados à cooperação franco-brasileira, constam as preocupações acima e as propostas de retomada dos avanços quanto ao ensino da língua estrangeira, em especial do francês no Amapá. Foi também proposta e formada uma Comissão mista representativa das entidades presentes a fim de conduzir o movimento, além da sugestão de realização de audiências públicas em nível municipal e estadual a serem implementadas no decurso do movimento.

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