Cidades

Médico assume por 72 horas atendimento no único hospital da cidade

Três dias trabalhando sozinho.


Neste Dia do Médico, do Oiapoque vem o exemplo de um que foi capaz de esquecer dele próprio para acudir semelhantes doentes por horas a fio, sempre atencioso e vendo a saúde acima de tudo.

“Foram quase três dias trabalhando sozinho. Estava muito cansado, mas só voltei para casa depois de ter atendido todos os pacientes que estavam no hospital”. A declaração é do médico e segundo tenente Alexandre dos Anjos, que serve na base do Exército Brasileiro, em Clevelândia do Norte, distrito de Oiapoque, no Amapá. Em julho deste ano, o hospital ficou sem médicos e os pacientes passaram a receber atendimento apenas de uma enfermeira.

Alexandre foi chamado para o hospital por um soldado que estava com a mãe internada há dois dias com febre e dor. Ela vinha sendo medicada apenas com antitérmicos, analgésicos e soro fisiológico. Sem medicação adequada o quadro só agravava. Ao chegar ao local, o médico constatou que a paciente apresentava infecção bacteriana no rosto, pneumonia e infecção urinária. “Se não fosse medicada, com certeza ela não teria resistido. Após 24 horas de antibióticos, ela era outra pessoa. Estava bem melhor!”, lembra aliviado.

Assim como a mãe do soldado, outros pacientes estavam na mesma situação: sem atendimento e piorando, apesar de estarem dentro de um hospital. O médico não pensou duas vezes e atendeu todas as pessoas internadas e as que chegavam.

Foram quase 72 horas trabalhando no único hospital da cidade. Oiapoque fica no extremo norte do Brasil. São quase 600 quilômetros pela BR- 156 até Macapá. E devido às péssimas condições da estrada, a viagem em determinadas épocas do ano pode levar até 24 horas. (Fonte: CRM-AP)


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