Cidades

Moradores do Bailique exigem solução para o blecaute de energia

Lideranças do Bailique estão em Macapá e exigem providências do Poder Pública


Sem energia elétrica à 31 dias e sem resposta das autoridades aos vários apelos feitos durante toda a semana no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9), dezenas de lideranças comunitárias do Distrito do Bailique amanheceram nesta segunda-feira, 25, em Macapá. Reunidos na Colônia de Pescadores, eles reclamam da falta de providências para resolver o problema. Uma das lideranças, Elielson Barbosa, protestou: “Não dá mais para conviver com esse problema; ficamos aguardando esse tempo todo uma solução que, lamentavelmente, não chegou, por isso resolvemos radicalizar, vindo a Macapá e cobrar direto das autoridades”.
 
De acordo com os líderes comunitários, o Arquipélago, que possui mais de 13 mil habitantes está abandonado: “Estamos entregues à própria sorte, apesar de ser muito pouco o que estamos cobrando; é um direito nosso e é obrigação do Governo do Estado e da Prefeitura, porque, afinal, somos um distrito de Macapá; pelo menos 1 mil litros de óleo diesel resolve parcialmente a situação para funcionar a usina termoelétrica, mas até nem a CEA, nem o Governo do Estado e muito menos a Prefeitura de Macapá tomou qualquer providência nesse sentido”.
 
Ouvido por telefone pelo programa, o diretor de Operações da CEA, Luiz Eugênio, garantiu que todas as providências foram tomadas pela Diretoria de Operações, mas a solução esbarra na burocracia: “Já fizemos a requisição do óleo diesel para reativar a usina térmica, mas estamos dependendo das providências da diretoria administrativa e financeira, que, por sua vez, esbarra em exigências técnicas, legais, para adquirir o produto, como também já pedimos da Eletrobras Eletronorte a liberação de um transformador para substituir o que foi avaliado; nós fizemos a nossa parte; por isso, garanto que todas as providências estão sendo tomadas para dar uma resposta rápida para as comunidades do Bailique’.
 
De acordo com Luiz Eugênio, entretanto, somente essas providências não vão solucionar os problemas de energia elétrica do Arquipélado: “Entendemos perfeitamente comunidade, só que, ao todo, são 82 quilômetros de linhas de transmissão e subtransmissão; trata-se de uma obra repassada pelo programa ‘Luz para Todos’; a Estação é de difícil acesso e o transformador  avariou por causa de descargas elétricas naturais; mas estamos atuando no sentido de solucionar o problema, inclusive planejando mudar a subestação para uma área de mais fácil acesso”, o que, com certeza, resolverá definitivamente o problema”, previu.
 
Segundo as lideranças comunitárias que se encontram em Macapá, o estado no Arquipélago do Bailique é de ‘estado de calamidade’: “A falta de energia elétrica compromete todas as atividades econômicas, porque não temos como conservar o pescado; os serviços públicas não podem funcionar; bancos, escolas e a até mesmo a Delegacia de Polícia ficam impedidos de fazer atendimentos; tem que haver um esforço conjunto dos órgãos federais, estaduais e municipais imediatamente; recebemos energia do Linhão, nós vivemos numa área de assentamento, e, por isso, somos reconhecidos como área protegida dentro do programa de reforma agraria, sendo responsabilidade, portanto, de todos os níveis do Poder; viemos a Macapá para resolver o problema, inclusive propondo alternativas, e, se necessário, vamos buscar o Ministério Público e o Judiciário, porque não dá mais para ouvir todo mundo falando e não acontecer nada”, desabou o líder comunitário Elielson Barbosa.

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