Moro diz que não investiga Cunha e que não pode calar quem depõe
Delator da Lava Jato citou deputado como suposto beneficiário de propina.
O juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos da Operação Lava Jato na primeira instância, enviou ofício Supremo Tribunal Federal (STF) negando que esteja investigando o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o que poderia anular uma ação penal sob sua responsabilidade.
O ofício foi uma resposta a questionamento do ministro Teori Zavascki, do STF, que pediu esclarecimentos sobre a citação ao nome de Cunha por parte de um dos delatores do caso, o ex-consultor da Toyo Setal Júlio Camargo.
Em depoimento à Justiça Federal do Paraná no mês passado, o delator disse que Cunha pediu US$ 5 milhões em propina para viabilizar a contratação de navios-sonda por parte da Petrobras. O deputado nega.
Ao tomar conhecimento de que foi citado no depoimento de Júlio Camargo à Justiça Federal, Cunha pediu que a ação fosse paralisada e enviada ao Supremo, instância competente para processar parlamentares. Além de Camargo, o processo tem como réus o doleiro Alberto Youssef, o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, e o ex-diretor da área internacional da estatal Nestor Cerveró.
No ofício enviado ao STF, Moro reitera várias vezes que Cunha já é investigado pelos mesmos fatos na própria Corte, em inquérito aberto no início de março a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Além disso, o magistrado do Paraná argumentou que não pode impedir que um depoente cite autoridades que só podem ser julgadas em instâncias superiores.
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