MP-AP reúne órgãos federais e estaduais para tratar sobre vassoura-de-bruxa-da-mandioca
Além de Amapá, há ocorrência em Oiapoque, Calçoene, Pracuúba, Tartarugalzinho e Pedra Branca do Amapari

Os riscos e prejuízos causados no Amapá pelo fungo causador da vassoura-de-bruxa-da-mandioca Rhizoctonia theobromae (Ceratobasidium theobromae) foram temas tratados pelo Ministério Público do Amapá (MP-AP) e órgãos estaduais e federais relacionados ao assunto. Os promotores de justiça Hélio Paulo Furtado, da Promotoria de Amapá, e Marcelo Moreira, da Promotoria de Defesa do Meio Ambiente de Macapá, reuniram com os representantes das instituições na última sexta-feira (25), no Complexo Cidadão da Zona Norte.
O promotor Hélio Paulo foi quem tomou a iniciativa de ouvir os órgãos para saber das medidas e estratégias para conter a praga e informou que já há procedimento instaurado. Além de Amapá, há ocorrência em Oiapoque, Calçoene, Pracuúba, Tartarugalzinho e Pedra Branca do Amapari. “Este problema está afetando também socialmente os municípios, muitas famílias vivem da agricultura de subsistência e esta praga compromete a cultura da mandioca. Temos que construir um plano de atuação conjunta para erradicar a doença”.
Patrick Cantuária, superintendente de Agricultura e Pecuária, do Ministério da Agricultura e Pecuária (SFA/MAPA), explicou que o órgão já instituiu o Centro Emergencial da Vassoura-de-Bruxa, onde tramitam ações administrativas. “As barreiras para que a praga não afete outros municípios é uma das medidas, mas sabemos que é pequeno diante dos estragos que causam. Por isso é importante essa união de esforços para uma ação maior. É preciso que as prefeituras sejam ouvidas e entrem no circuito de discussões”.
Leliane Monteiro, também do SFA/MAPA, chamou atenção para a rapidez com que a doença se espalha e que áreas indígenas começam a ser afetadas. A chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Amapá, Cristiane Ramos, disse que a empresa executa projetos e pesquisas com o apoio do Ministério do Desenvolvimento Agrário, para garantir soberania alimentar dos povos indígenas. “Não existe ainda controle para essa praga que se espalha por meio de pelos e pneus, então é muito perigosa”.
Jackeline dos Santos, da Defesa Civil, informou que nos municípios de Pracuúba, Amapá e Pedra Branca já há diagnóstico fechado. Hermínio Morales, representante da Diagro, disse que o órgão acompanha as ações e pesquisas, mas que esbarram na falta de recursos.
Como providência, o promotor Marcelo Moreira irá convocar os órgãos presentes, prefeituras e Federação de Agricultura do Pará, para uma audiência pública, ainda no mês de maio. “É importante que entes de todas as esferas participem porque este problema é de todos, inclusive do Pará e das Guianas, visto que a vassoura-de-bruxa-da-mandioca já impacta em Oiapoque”.
Além dos órgãos citados, tiveram representatividade as Secretarias de Estado de Desenvolvimento Rural (SDR) e de Assistência Social (SEAS) e Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (IEPA).
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