Cidades

MPF e MPE recomendam que Incra suspenda acordos sobre terras da união

A Procuradoria da República no Amapá recebeu uma representação da Pastoral da Terra sobre uma reunião designada para esta quinta-feira, 19 de novembro, na Câmara de Conciliação de Arbitragem da Advocacia-Geral da União (AGU), cujo objeto seria a cessão de terras da União para o Estado do Amapá.


O Ministério Público Federal do Amapá (MPF-AP) e o Ministério Público Estadual (MP-AP) expediram na terça-feira, dia 17, recomendação conjunta ao Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para que seja suspenso qualquer acordo envolvendo a transferências de terras da União para o Estado do Amapá.

A Procuradoria da República no Amapá recebeu uma representação da Pastoral da Terra sobre uma reunião designada para esta quinta-feira, 19 de novembro, na Câmara de Conciliação de Arbitragem da Advocacia-Geral da União (AGU), cujo objeto seria a cessão de terras da União para o Estado do Amapá. Ocorre que, de acordo com o Ministério Público, tal acordo estaria sendo feito sem a devida análise de determinados interesses subjacentes, como os direitos dos assentados do INCRA; comunidades quilombolas que aguardam a titulação de suas terras, bem como áreas que são objeto de ação de reintegração, ajuizadas pela própria União.

De acordo com o procurador da República Filipe Pessoa de Lucena, “o Ministério Público defende que a cessão de terras deve ser feita com base na maior publicidade possível e observando algumas questões sensíveis, buscando resguardar os interesses dos colonos de assentamentos do Incra, de comunidades quilombolas sem a titulação de suas terras, bem como parcelas de terras que, por sua natureza e por imposição constitucional, devem permanecer com a União. Há vários procedimentos judiciais e extrajudiciais na Procuradoria da República no Amapá e no Ministério Público do Estado tratando de áreas quilombolas, assentamentos e questões fundiárias que podem ser afetados com possível acordo firmado sem a observância de critérios rígidos.”

Segundo o procurador, o Imap ficaria com atribuições que hoje pertencem ao Incra. Entretanto, o Imap vem alegando reiteradamente falta de recursos orçamentários e estrutura administrativa para realização de suas funções ordinárias, o que é um fator a ser ponderado.


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