Mulheres se unem para dizer não à violência em ato público
Realizada com a participação de toda a Rede de Atendimento à Mulher, e homenageia Maria Zelinda Mira, assassinada pelo marido Valdir Mira
Mulheres, autoridades e ativistas de movimentos sociais feministas, de jovens e de negros participaram de um ato público no centro de Macapá. A manifestação ocorreu na Praça da Bandeira na tarde de sexta-feira, 27, e levou dezenas de pessoas para a rua.
A coordenadora municipal de Políticas Públicas para as Mulheres, Celisa Melo, explicou que a marcha veio da necessidade da comunidade feminina ir para a rua para dizer não à violência contra a mulher. “O estado do Amapá está em terceiro lugar no ranking nacional em relação a índices de estupro. Por isso, esse ato, porque precisamos denunciar essas agressões”.
A 11ª edição da Marcha das Marias tem como tema “Maria, essa cabocla ninguém machuca”. O movimento faz parte da programação da campanha dos 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres e busca promover o debate e denunciar a violência praticada contra o gênero na capital.
Sonia Lima, representante do Instituto de Mulheres Tucujus do Amapá, destacou que a caminhada ajuda a sensibilizar as mulheres na luta contra a violência doméstica. “Estamos nesse movimento para unir forças e sensibilizar homens e mulheres do Amapá”.
A marcha é realizada com a participação de toda a Rede de Atendimento à Mulher, e homenageia Maria Zelinda Mira, assassinada pelo marido Valdir Mira, que após tê-la agredido fisicamente e ter ficado preso por alguns dias, saiu da prisão se dizendo arrependido, marcou um encontro com a vítima na Praça Nossa Senhora da Conceição e lhe tirou a vida com 16 facadas, no dia 27 de outubro de 1958. Maria foi morta aos 15 anos de idade e grávida do primeiro filho.
Maria Luiza Dias, presidente do Conselho Municipal de Direitos da Mulher, disse que a marcha serve para que as mulheres tomem coragem de denunciar esses abusos. “Essa ação é um marco histórico para a mulher amapaense e brasileira, para que elas passem a ter voz e não tenham mede de denunciar as violências sofridas”.
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