Cidades

Nova metodologia de serviços ecossistêmicos é apresentada no Amapá

A Embrapa e o e Instituto de Pesquisa e Formação Indígena (Iepé) realizam o curso “Integração de Serviços Ecossistêmicos (ISE) em Processos de Planejamento”, de 5 a 7 de outubro, em Macapá (AP). O objetivo é formar multiplicadores dessa metodologia de trabalho, propondo a aplicação na Área de Proteção Ambiental da Fazendinha, envolvendo um grupo […]


A Embrapa e o e Instituto de Pesquisa e Formação Indígena (Iepé) realizam o curso “Integração de Serviços Ecossistêmicos (ISE) em Processos de Planejamento”, de 5 a 7 de outubro, em Macapá (AP). O objetivo é formar multiplicadores dessa metodologia de trabalho, propondo a aplicação na Área de Proteção Ambiental da Fazendinha, envolvendo um grupo de moradores locais. Nos dias 5 e 6 (quarta e quinta) são realizados os trabalhos de grupo, no auditório da Embrapa, e no dia 7 (sexta-feira) haverá atividade prática na APA da Fazendinha, uma unidade de conservação de uso sustentável localizada no município de Macapá (AP) onde residem cerca de 3 mil pessoas.

Dirigido a um público-alvo selecionado sob o compromisso de desenvolver a metodologia ISE em suas atividades de trabalho, o curso conta com moradores da APA, pesquisadores, estudantes, entre outros participantes que deverão incluir a valoração das cadeias da sociobiodiversidade local no planejamento de suas ações voltadas para desenvolvimento.

os-participantes-trabalham-casos-baseados-na-realidadeForam selecionados técnicos da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), Universidade Federal do Amapá (Unifap), Projeto Igarapé Sustentável, Instituto Estadual de Pesquisas Científicas e Tecnológicas (IEPA), empresa 100% Amazônia, Universidade de Londres, Fundação Jari, Ministério Público Estadual (Promotoria de Meio Ambiente), Associação de Guardas Parque do Amapá e Universidade do Estado do Amapá, ICMBio e consultores. Os instrutores do curso são a pesquisadora Ana Euler (Embrapa), a ecóloga Verena Almeida (Iepé – Instituto de Pesquisa e Formação Indígena), Raquel Agra (agência GIZ) e o analista ambiental Otávio Ferrarini (Ministério do Meio Ambiente).

Esta capacitação faz parte do projeto “TEEB Regional-Local – Conservação da Biodiversidade, através da Integração de Serviços Ecossistêmicos em políticas públicas e na atuação empresarial”, apoiado pela Cooperação Brasil-Alemanha, no contexto dos compromissos internacionais relativos à conservação da biodiversidade e ao enfrentamento das mudanças climáticas. O responsável no Brasil é o Ministério do Meio Ambiente e pela Alemanha, a agência GIZ.

O analista ambiental Otávio Ferrarini explica que os serviços ecossistêmicos são serviços prestados pela natureza para garantir o bem-estar humano, sendo alguns mais perceptíveis como por exemplo o fornecimento de alimentos diversos, e outros menos visíveis a exemplo da polinização, que é efeito pelas abelhas. Ferrarini citou ainda os serviços culturais, como a beleza cênica de uma cachoeira e outros ambientes frequentados por turistas, como também a importância espiritual e religiosa para uma comunidade.

Com relação à integração de serviços ecossistêmicos, o primeiro passo é reconhecê-los, entender o que são, como funcionam e quais são as dinâmicas entre os serviços ecossistêmicos. A fase seguinte é a valoração. “Há serviços que não são considerados porque simplesmente não conseguimos medir o valor deles. A madeira que se retira da floresta, por exemplo, você consegue medir, agora não consegue medir o impacto disso em perda de recursos hídricos e em redução da polinização. Então, o segundo passo é dar valor, e não é só financeiro, mas também valor de importância”, explicou Ferrarini.

A localização da APA da Fazendinha, no limite entre municípios de Macapá e Santana, foi um dos critérios para receber a atividade piloto de Integração de Serviços Ecossistêmicos (ISE) em Processos de Planejamento. A pesquisadora Ana Euler destacou que a Embrapa já atua nesta APA, sobretudo com manejo de recursos naturais (principalmente andiroba) e trata-se de uma área protegida de uso sustentável que possui uma demanda de plano de manejo para ordenar o acesso e uso dos recursos naturais. “Além disso, é uma APA situada entre os dois maiores centros urbanos do Amapá, que são Macapá e Santana, e desta forma promovem constante pressão sobre os recursos naturais. Capturar o valor dessa unidade de conservação é importante, e a expectativa dos moradores é de que esse trabalho possa auxiliar no desenvolvimento do plano de manejo da APA e nos projetos de desenvolvimentos dos governos municipal, estadual e federal”.


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