Cidades

Paulo Roberto Costa diz que esquema em diretoria da Petrobras

Ele afirmou que ‘os grande valores’ foram desviados da área de Exploração.



 

O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou em depoimento à Justiça Federal do Paraná, que os desvios de valores na área de Refino e Abastecimento da estatal, comandada por ele entre 2004 e 2012, eram apenas a “ponta do iceberg” do esquema de corrupção e lavagem de dinheiro ocorrido dentro da empresa.

Costa depôs em um dos processos referentes à sétima fase da Operação Lava Jato. Segundo o ex-diretor, “os grandes valores de desvios” ocorreram na área de Exploração e Produção da Petrobras. Ele, no entanto disse não saber determinar se os diretores dessa área participavam do processo.

“Nós estamos olhando dentro da área de Abastecimento, a ponta do iceberg. Os grandes valores de desvios da Petrobras não foram na área de Abastecimento. […] Os grandes valores, os grandes orçamentos, o processo que se iniciou lá em 2003, dito por Pedro Barusco [ex-gerente de Serviços da estatal, que fez acordo de delação premiada com o Ministério Público], era dentro da área de Exploração e Produção, que era responsável pela construção de plataformas e navios de processo”, afirmou Costa.

“Então, eu diria com bastante propriedade que isso acontecia nas outras áreas, mas não posso precisar se era de conhecimento dos diretores dessas áreas, de Exploração e Produção e Gás e Energia”, completou.

O ex-diretor, no entanto, afirmou que os resultados do esquema de licitações, tanto na área de Exploração e Produção quanto na área da Gás e Energia, eram repassados para a área de Serviços, responsável por executar as obras da Petrobras e que, de acordo com Costa, era comandada pelo PT. O partido sempre negou ter relação com a diretoria de Serviços ou com o esquema de corrupção na Petrobras. “Mas isso tudo era conduzido pela área de Serviços. […] Nessas diretorias [Exploração e Produção e Gás e Energia], os resultados das licitações eram 100% para a área de Serviços, conduzida pelo PT”, afirmou.

‘Cartelização’
Paulo Roberto Costa também afirmou em seu depoimento que o presidente da UTC, Ricardo Ribeiro Pessoa, e representantes da construtora Odebrecht comentaram com ele que tinham “outras atividades” fora da estatal. Segundo Costa, o processo de cartelização no Brasil “é muito pouco se for analisado só a Petrobras”.


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