Cidades

Pesquisadores localizam faixa de árvores gigantes na Reserva do Rio Iratapuru

Espécie centenária se estende por vários metros e ultrapassa tamanhos tradicionais. Atividade segue até o dia 26 de outubro, em Laranjal do Jari


 

Durante uma expedição inédita do Governo do Amapá na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Iratapuru, no município de Laranjal do Jari, uma equipe de pesquisadores dos Jardins Botânicos do Rio de Janeiro, de Nova Iorque e da Universidade Federal do Paraná (UFPR) encontrou árvores gigantes da espécie Dinizia excelsa Ducke, popularmente conhecida como angelim-vermelho.

 

 

A localização das mega-árvores no local revela que o Amapá, no Extremo Norte do Brasil, também faz parte da rota dessa espécie centenária. Uma das árvores localizada durante a expedição, que segue até o dia 26 de outubro, tem cerca de 70 metros de altura, o que equivale a um prédio de 24 andares.

 

O pesquisador da Universidade Federal do Paraná, Paulo Labiak, afirmou que as árvores gigantes ocorrem em praticamente toda a Amazônia, mas no Amapá e no Pará, a espécie é encontrada com alturas muito maiores que em outros locais. Os motivos que levam a esse crescimento ainda são desconhecidos.

 

Pesquisador da Universidade Federal do Paraná, Paulo Labiak

 

“Existem vários pesquisadores tentando compreender esse fenômeno impressionante, se é a influência do solo ou o tipo de clima que faz com que as árvores cresçam dessa forma. E, muito provavelmente, elas estão muito antes dos portugueses chegarem ao Brasil. É fundamental que esses estudos continuem para compreendermos melhor o comportamento e os fatores que geram a regeneração dessas árvores na unidade de conservação, pois é muito difícil encontrar indivíduos jovens se regenerando”, enfatizou Labiak.

 

Segundo a coordenadora da equipe de botânicos, Rafaela Forzza, os angelins gigantes só ocorrem dentro de diversas unidades de conservação que estão na faixa do Amapá e do Pará, como Parna das Montanhas do Tucumaque, Flona da Mulata, RDS do Rio Iratapuru, Esec Jari e Rio Paru.

 

Coordenadora da equipe de botânicos, Rafaela Forzza

 

“É uma faixa que essas árvores conseguem chegar a uma altura magnifica. Ao longo do rio, foi possível observar que os angelins estão acima de todas as outras espécies, pois, quando termina a copa de árvores normais, eles se estendem de 30 a 40 metros acima. Aqui é mais um território de árvores gigantes e mais um lugar que documentamos na Amazônia”, destaca Rafaela.

 

A RDS do Rio Iratapuru de uso sustentável, considerada santuário de belezas naturais, além de paisagens impressionantes e árvores monumentais, possui fonte de água mineral e 21 corredeiras ao longo do rio. Os moradores são extrativistas e vivem da colheita da castanha, do trabalho na cooperativa que beneficia o fruto e da pesca artesanal.

 

De acordo com a Sema, essas iniciativas que fazem o monitoramento ocorrem de forma permanente ao longo do ano, como uma prática de fortalecimento da política ambiental e desenvolvimento sustentável.

 

Secretária de Estado do Meio Ambiente, Taísa Mendonça

 

“Desde o ano passado, o Governo do Estado vem trabalhando no fortalecimento das políticas do meio ambiente e atuando em parceria com grandes instituições públicas e privadas para o desenvolvimento sustentável e de pesquisas das riquezas das nossas florestas”, pontuou a secretária de Estado do Meio Ambiente, Taísa Mendonça.

 

Angelim vermelho

O Angelim vermelho, árvore gigante da Amazônia, tem o nome científico de “Dinizia excelsa Ducke”, que significa magnífico, maravilhoso e esplendoroso. A espécie ultrapassa a copa de árvores normais e se estende por vários metros acima, preferindo solos de natureza sílico-argilosa, em matas primárias, cujo dossel atinge grandes alturas.

 


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