Cidades

Prefeitura avalia nova contraproposta do Sinsepeap

Secretário de administração diz que nova contraproposta do sindicato, de 8%, será decidida nessa sexta, 22


O titular da Secretaria Municipal de Administração (Semad), Carlos Michel Miranda da Fonseca, afirmou nesta quinta-feira, 21, no programa LuizMeloEntrevista (Diário 90,9FM), que uma equipe técnica da Prefeitura de Macapá está analisando a contraproposta de 8% de reajuste salarial que foi apresentada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amapá (Sinsepeap). Segundo Michel, nesta sexta-feira, 21, será formada mais uma ‘mesa de negociação’, onde o assunto vai ser discutido.

“Ainda não marcamos a hora da reunião, porque estamos analisando ampla e profundamente essa contraposta. Apesar do sindicato ter recuado na reivindicação inicial (13,5%), esses 8% representariam um choque muito forte na folha de pagamento. Estamos envidando todos os esforços no sentido de buscar uma forma de resolver satisfatoriamente a questão, mas não podemos ser irresponsáveis comprometendo sem lastro a folha de pagamento e, de repente, atrasar salários e prejudicar todos os servidores que ficariam sem poder honrar seus compromissos por falta do pagamento”, ponderou.

De acordo com Carlos Michel, a concessão de 4% de reajuste já oferecido pelo prefeito Clécio Luís, que não foi aceita pela categoria, representariam cerca de R$ 1,6 milhão por mês para a prefeitura. “Para conceder esse reajuste, teríamos que intensificar ainda mais a política de austeridade que implantamos desde o início da gestão, e intensificada agora, com a crise econômica que Brasil enfrenta. Qualquer que seja o percentual de reajuste que será concedido terá que ser bancado pelo próprio tesouro municipal, porque o Fundeb (Fundo da Educação Básica) não comporta esse inchaço na folha de pagamento”.

Para Carlos Michel, um acordo não está descartado. “O nosso objetivo é acabar com esse impasse, para colocar um fim nessa greve que está prejudicando cerca de 35 mil alunos. Vamos conversar amanhã com a categoria para ver se avançamos. O percentual de reajuste, porém, ficará condicionado à capacidade orçamentária do município”.
 
Escalonamento
Também entrevistado, por telefone, o presidente do Sinsepeap, Aroldo Rabelo, admitiu a possibilidade de aceitar eventual contraproposta da prefeitura do reajuste de 8%, de forma escalonada: “É possível, sim, desde que os direitos adquiridos dos servidores sejam respeitados, porque há pendências do município que precisam ser quitadas, como duas progressões que faltam ser pagas”.

Sobre acusação de que o sindicato estaria radicalizando no movimento grevista, Aroldo Rabelo nega: “Pelo contrário, quem está radicalizando desde antes da deflagração da greve é a Prefeitura, que permanece, até agora, na proposta inicial de 4%”.

Em contraponto à afirmação de Carlos Michel de que o orçamento do município não suporta reajuste nos salários de servidores, o presidente do Sinsepeap discorda. “Tenho uma leitura diferente da leitura do secretário, porque no início do ano o Executivo pediu, e foi atendido com aumento do orçamento, em mensagem encaminhada à Câmara de Vereadores, justamente prevendo reajuste de salários dos servidores, mas já se passaram meses e até agora não foi dado esse aumento, além do fato de que a arrecadação do Fundeb vem crescendo”.

Aroldo acredita que a prefeitura vai levar uma proposta razoável na reunião dessa sexta-feira. “A categoria vai avaliar a proposta que for apresentada na assembléia de sábado. O que não pode é continuar radicalizando nesses 4%”.


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