Questionado no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9) sobre o quadro atual da Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon), o presidente do Ijoma, padre Paulo Roberto não poupou críticas. “Ninguém pode tapar sol com a peneira. O governo passado pegou todos os doentes e colocou na beira do abismo, determinando: ‘olhem’ pro chão. Este governo, ao assumir, os empurrou de ver no do abismo. Nestes dez anos a situação piorou de uma forma vergonhosa; a estrutura está sucateada, estamos em pleno Outubro Rosa e a Unacon não possui mamógrafo nem medicamentos; na realidade, não tem nada. O cidadão que pega câncer aqui vira mendigo, porque precisa da caridade da população, porque o governo não dá a assistência devida. Tudo é paliativo neste estado; a única coisa que não é paliativa neste estado é o câncer, que não pode esperar”, desabafou.
De acordo com o padre Paulo Roberto, atualmente o Ijoma é que praticamente está assumindo o papel do Estado: “O Ijoma é que vem assumindo essa obrigação do estado. Através da contribuição de voluntários nós estamos conseguindo ajudar os pacientes a fazer biopsia, num tratamento restrito à prevenção. Estamos trabalhando com pessoas que estão com suspeita de câncer, porque quem está com suspeita e for esperar que a rede pública faça exames, quando fizer já não tem mais jeito, a pessoa acaba morrendo. Graças a Deus nós estamos fazendo muito e vamos fazer muito mais”.
Para o padre Paulo Roberto, o Ijoma vai enfrentar uma nova realidade: “A partir de 2016 um novo Ijoma vai surgir no Amapá; estamos construindo a nova estrutura, totalmente equipada; o projeto, grandioso, está sendo forjado com o apoio da população. A partir do momento em que as unidades de Barretos estiveram funcionando, a partir do momento em que o Governo do Estado fizer a sua parte, e com a estrutura que o Ijoma vai ter, a prevenção e o combate ao câncer será muito mais eficiente no Amapá”, previu o presidente do Instituto Joel Magalhães. (Ramon Palhares)
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