Cidades

Programa do Amapá sobre pacientes com baixa visão é finalista de prêmio nacional

Acessibilidade, inclusão e reinserção no mercado de trabalho são algumas das metas de núcleo implantado em 2015


 

O programa Núcleo de Baixa Visão, do Amapá, é um dos finalistas da sexta edição do Prêmio Espírito Público (PEP), maior premiação nacional concedida a servidores públicos. A premiação é uma realização da parceria Vamos. No dia 24 de julho, haverá cerimônia no Rio de Janeiro para revelar os vencedores.

 

Durante a reabilitação, os pacientes contam com atendimento de especialistas em baixa visão, fazem exercícios e recebem orientações e equipamentos que auxiliam na melhoria da visão residual, como lupas manuais e telescópios, além de bengalas verdes, que têm o objetivo de identificar quem tem baixa visão.

 

“Tivemos pacientes com visão residual que tinham prescrição de auxílios ópticos e não ópticos, equipamentos que proporcionam mais independência de trabalho e funcionalidade. A maioria não tinha recursos para comprá-los. Ao perceber a dificuldade, o projeto baixa visão foi implementado”, explica Alessandra Feijão, terapeuta ocupacional e coordenadora do núcleo.

 

As pessoas faziam viagens longas, pagas pelo Programa de Tratamento Fora de Casa (TFD). Para os que vivem em locais mais distantes, a viagem dura um dia de barco até Macapá.

 

Depois, é preciso pegar um avião para Pernambuco, algumas vezes com escalas em Belém ou Brasília. Ao perceber as dificuldades de acesso para os pacientes, a Fundação Altino Ventura propôs a implementação do projeto.

 

“A maioria dos nossos pacientes são quilombolas, ribeirinhos e indígenas, o que dificultava o acesso e fazia com que alguns não dessem prosseguimento ao tratamento. Alguns não conseguiam nem dar entrada no pedido para receber o Benefício de Prestação Continuada (BPC) pago pelo INSS. Alguns desses pacientes precisam fazer uma viagem de barco que dura um dia para chegar a Macapá”, afirma Alessandra.

 

O núcleo tem oitocentas pessoas cadastradas. No entanto, atualmente, duzentas continuam recebendo acompanhamento. Além da população do estado, o serviço é disponibilizado para moradores das cidades de Afuá, Breves e Chaves, todas localizadas no Pará.

 

 Extremo norte do país

Com dificuldades de chegar até às pessoas que vivem em locais mais distantes, o núcleo busca constantemente parcerias, como participação em missões que envolvem várias instâncias de governo.

 

Em 2019, integrantes do núcleo se juntaram ao grupo de 60 pessoas no Projeto PET-Saúde Indígena Interprofissional, do Ministério da Saúde, que teve a participação de alunos, profissionais da saúde das redes municipal, estadual e federal, professores e voluntários. A missão foi para o Oiapoque, no extremo norte do Brasil, tendo como destino as aldeias Kumarumã e Kumenê. Foram sete horas de lancha voadeira até à primeira aldeia. Alessandra Feijão conta que alguns pacientes com baixa visão foram levados para Macapá e ficaram na casa de acolhimento, enquanto faziam o tratamento.

 


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