Cidades

Rodoviários não aceitam reajuste de 9% prometido pelo Setap e

Quer 17% de reajuste para quem trabalha na capital, e 19% para os que trabalham na rota do interior



 

A população do Amapá ficará sem ônibus a partir da próxima terça-feira, 16. De acordo com o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Genival Cruz, a deflagração da greve se justifica porque desde março deste ano a categoria cobra das empresas reajuste salarial sem tenha “resposta convincente”, não restando alternativa a não ser paralisar as atividades:

“Estamos tentando essa negociação desde o mês de março, mas nossas propostas são ignoradas pelos empresários, o que nos força a realizar a greve, como forma de levar os patrões à reflexão e ação sobre os direitos da categoria”.

Em entrevista concedida na manhã dessa terça-feira, 09, ao programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9), Genival Cruz classificou de “equívoco” a polêmica criada pelo deputado estadual Pedro da Lua ao afirma que o dia 16 foi escolhido para o início da greve por se tratar do número de registro do PSTU na Justiça Eleitoral: “O dia da deflagração da greve foi definido em assembléia do sindicato, e levou em conta o fato de ser uma terça-feira, e diante da necessidade priorizada por nós de anunciar a greve com antecedência, para que a população não seja pega de surpresa, como sempre fazemos”.

Os rodoviários reivindicam 17% de reajuste salarial para os motoristas que trabalham na capital, e 19% para os que trabalham na rota do interior do Estado; redução da carga horária para 6 horas; e o aumento do valor da cesta básica para R$ 500.

Atrelamento à tarifa
Apesar de ter concedido reajuste salarial de 9%, aumento da cesta básica de R$ 330 para R$ 400, com margem no cartão magnético de R$ 600 (o valor excedente será pago pelo trabalhador), atendendo pedido feito pelo deputado Pedro da Lua, que intermediou negociação feita por uma dissidência do sindicato dos rodoviários, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Amapá (Setap) se ampara no artigo 624 da CLT para não atender á reivindicação do sindicato dos rodoviários. O dispositivo legal veda aumento ou reajuste salarial que implique elevação de tarifas ou de preços sujeitos à fixação por autoridade pública ou repartição governamental.

Entretanto, o reajuste dado pelo Setap, entretanto, só será honrado se não houve a paralisação no dia 16, como explica o assessor de imprensa do Setap, jornalista Renivaldo Costa: “O Setap, mesmo sem reajuste tarifário, assumiu o compromisso de reajuste de 9%, que fica condicionado à não deflagração da greve anunciada para 16 de junho”. O reajuste é acima da inflação, cujo acumulado ficou na ordem de 8% nos últimos 12 meses.


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