Cidades

‘Ser humano tem suas fragilidades’, diz funcionário da Petrobr

O funcionário da Petrobras Abenildo de Oliveira, que atuou como gerente de construção de obras prediais da Refinaria Abreu e Lima, afirmou à CPI que apura suspeitas de irregularidades na estatal que não descarta a possibilidade de ter havido pagamento de propina em contratos da empresa, já que, segundo ele, o “ser humano é falho”. Ouvido como testemunha na CPI da Petrobras, Oliveira destacou, no entanto, que nunca presenciou ou desconfiou da existência de irregularidades na petroleira.



 

“O ser humano tem suas fragilidades. É possível [terem ocorrido irregularidades]. Não posso dizer que não”, destacou o engenheiro da Petrobras ao ser indagado se considerava possível um funcionário receber vantagens indevidas relacionadas à medição de obras.
Abenildo atuou na Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, em 2008 e coordenou uma comissão de licitação para contratação de obras prediais. Indagado se presenciou irregularidades em aditivos dos contratos, o engenheiro disse que não. “Honestamente nunca presenciei nada que levasse a achar estranho. A licitação que de que participei estava dentro dos procedimentos que a Petrobras considerava razoável. Em 2008 eu não vi nada do que está sendo noticiado hoje. A gente vê com tristeza, mas não desconfiava de nada.”

O superfaturamente de obras da Refinaria Abreu e Lima é um dos alvos da Operação Lava Jato, que investiga pagamentos de propina em contratos de construtoras com a Petrobras. Conforme as investigações, grandes empreiteiras se uniram em um cartel para controlar as licitações da estatal.

As construtoras que participavam do “clube” pagavam sistematicamente propina para dirigentes da Petrobras, dentre eles, Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da estatal, e Renato Duque, diretor ex-diretor de Serviços. No âmbito da Diretoria de Abastecimento, conforme a sentença, 1% de todo o contrato era repassado pelas empreiteiras para o doleiro Alberto Youssef, que ficava encarregado de remunerar os agentes públicos.

Deste 1%, 60% eram destinados a agentes políticos, e o restante ficava dividido entre Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef. Os dois confessaram o esquema em acordo de delação premiada como o Ministério Público Federal.


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