Uso Correto da Rede de Esgoto: CSA dá dicas para Saneamento Eficiente
A conscientização da população sobre o uso correto da rede de esgoto pode evitar maiores transtornos como entupimentos e transbordamentos da rede

O sistema de coleta e tratamento de esgoto é um dos pilares do saneamento básico, essencial para garantir qualidade de vida e saúde pública. A Concessionária de Saneamento do Amapá, CSA, entende que para o bom funcionamento da rede, não depende apenas da infraestrutura disponibilizada pela empresa e que o uso consciente por parte da população é um fator determinante para evitar entupimentos, vazamentos e até mesmo impactos ambientais.
A rede de esgoto não é lixeira
Muitas pessoas ainda têm o hábito de descartar lixo e substâncias inadequadas diretamente pelo ralo da pia, vaso sanitário ou ralos de banheiro. Esse comportamento pode causar graves transtornos, tanto no nível doméstico, com encanamentos entupidos, quanto no coletivo, quando os resíduos se acumulam em redes públicas, prejudicando bairros inteiros.
Lucas Pinheiro, Engenheiro Ambiental da CSA, alerta que os números mostram como esse problema vem se agravando.
“Em 2023, nós realizamos 785 atendimentos para desobstrução de esgoto. Já em 2024, esse número saltou para 1.567, totalizando 2.352 ocorrências. O aumento mostra a necessidade de uma maior conscientização sobre o uso correto da rede”, disse.
A gordura como principal vilã
Entre os principais causadores de obstrução na rede de esgoto, a gordura se destaca. Diferente de outros resíduos sólidos, ela não se dissolve na água e, ao entrar na tubulação, pode se acumular nas paredes das redes, formando bloqueios. Esse problema afeta diretamente o funcionamento do sistema, podendo gerar refluxo de esgoto e até rompimentos de tubulações.
Uma solução eficiente para evitar esse tipo de problema é o uso da caixa de gordura. Esse equipamento, instalado na saída da pia da cozinha, retém a gordura e impede que ela chegue à rede pública. No entanto, para que funcione corretamente, a caixa deve ser limpa periodicamente – a recomendação é que a manutenção seja feita a cada seis meses.
Outra alternativa para evitar o descarte incorreto de gordura é armazená-la em garrafas PET e destiná-la à reciclagem. Muitas cidades possuem pontos de coleta onde o óleo de cozinha usado pode ser entregue para ser transformado em sabão ou biodiesel.
Além da gordura, outros materiais devem ser evitados, pois também representam risco para o sistema. Veja alguns exemplos:
- Fios de cabelo e pelos: acumulam-se facilmente e podem formar blocos dentro da tubulação. Devem ser descartados no lixo.
- Cotonetes e algodões: não se dissolvem na água e podem aderir a outros resíduos, causando entupimentos.
- Bitucas de cigarro e cinzas: além do risco de obstrução, carregam substâncias tóxicas que podem contaminar a água.
- Absorventes e preservativos: feitos de materiais que não se degradam na água, podem obstruir canos e comprometer a rede pública.
- Tintas, vernizes e solventes: substâncias químicas que, ao serem descartadas na rede, podem contaminar rios e mananciais.
- Borra de café e farinha: apesar do mito popular de que ajudam a desentupir, na verdade, aderem à gordura já presente nos canos e agravam a obstrução.
A adoção de boas práticas no dia a dia evita transtornos como entupimentos, vazamentos e contaminação ambiental, além de reduzir custos com manutenções emergenciais. Pequenas ações dentro de casa fazem toda a diferença para garantir que o saneamento funcione de forma eficiente e segura para todos.
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