Diário no Carnaval

Piratas da Batucada vai pra avenida do samba com Patrícia Bastos, a ‘caboca cantadeira’

Escola do bairro do Trem ostenta 18 títulos de carnaval, desde que surgiu, em 1962, na forma de bloco criado por trabalhadores da construção civil


Douglas Lima
Editor

 

A Associação Recreativa e Cultural Escola de Samba Piratas da Batucada, a popular Piratão e Piratas da Batucada, vai para a avenida Ivaldo Veras, no Carnaval 2023, levando como enredo Patrícia Bastos, a ‘caboca cantadeira’ que está entre os maiores ícones da música amapaense, de todos os tempos, hoje conhecida e reconhecida no Brasil inteiro e no mundo todo.

 

A escola, ao justificar o seu enredo para o Carnaval deste ano, diz o seguinte, entre outras maravilhosas coisas a respeito da homenageada: “Patrícia Bastos, nascida e criada em Macapá, filha de um professor (Sena Bastos) e de uma cantora (Oneide Bastos), viveu a musicalidade amazônica desde a barriga da mãe, cresceu cercada pelo batuque dos tambores e pelo gingado dos corpos girando saias em rodas tradicionais do Amapá. Nasceu para cantar e seguiu o seu destino nas rodas, nos bares, nas ruas e nos teatros do Brasil e do mundo. Com voz suave e afinação impecável, que une técnica e emoção, mergulhou fundo nas tradições do Amapá e a cada nova aparição, em diferentes mares da canção, conquistou fãs e reconhecimento de críticos e de outros artistas. O álbum Zuluza a levou a Portugal e aos prêmios de melhor álbum e melhor cantora regional, no 25º Prêmio da Música Brasileira. O álbum Batom Bacaba contou com apoio da Natura e reforçou ainda mais o amor de Patrícia pelas coisas do Amapá. Teve marabaixo, batuque, cacicó e até indicação para a 28ª Edição do Prêmio da Música Brasileira, em 2017, nas categorias de Melhor Álbum e Melhor Cantora”.

 

A Piratão explica que todo o desenvolvimento do seu enredo será realizado por meio da obra musical de Patrícia Bastos, utilizando letras de músicas, cujos valores são a história cultural do Amapá.

 

Para reunir a homenageada ao Piratão foi criado um universo encantado, onde o Navio do Piratão, tradicionalmente responsável pela abertura de seus desfiles, tem seu curso desviado de alto mar para a encosta do rio Amazonas pelo vento que traz a voz sedutora de Patrícia.

 

Trajetória

A Piratão entrará na avenida Ivaldo Veras às 4h20min do domingo, dia 19. Será a última a desfilar, como é costume dizer, fechando com chave de ouro o desfile das escolas de samba do Grupo Especial do Carnaval Amapaense. A agremiação, afinal, é a campeoníssima do Reinado de Momo – até agora, 18 títulos, desde que surgiu, em 1962, na forma de bloco de sujos criado no bairro do Trem por trabalhadores da construção civil que se afogavam no ron montila, bebida muito apreciada na época.

 

No rótulo do ron montila tem a figura de um pirata, daí a imaginação dos operários batizar o bloco como Piratas, completando com batucada, em alusão ao samba. Mas em 31 de março de 1973 a entidade teve registro jurídico oficializado, e hoje é denominada Associação Recreativa e Cultural Escola de Samba Piratas da Batucada, entidade com o compromisso de propagar a música popular regional e brasileira e, em especial, o samba e o carnaval.

 

A Piratas da Batucada ainda beneficia a comunidade com vistas a dirigir, difundir, incentivar e promover permanentemente programas, projetos, atividades e reuniões educativas, sociais, assistenciais, cívicas, culturais, folclóricas, recreativas, desportivas e filantrópicas.

 

É assim que a Piratão vive, contribuindo para o bem da sociedade amapaense, pra tudo ser comemorado e exaltado apoteoticamente na avenida da samba, quase sempre com a conquista do título de Campeã  do Carnaval.

 

A seguir, acompanhe a letra do samba enredo da Piratas da Batucada e o áudio.

 


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