Entrevista

“Não dá mais para apequenar o debate dos grandes temas do esta

Integrante da nova bancada federal do Amapá em Brasília, que teve uma renovação de 80% após as eleições de outubro passado, o engenheiro André Abdon (PRB-AP) diz que é preciso manter a mobilização do grupo em torno das demandas do estado no Congresso Nacional e na Esplanada dos Ministérios. De fala mansa e demonstrando maturidade política, ele concedeu entrevista exclusiva ao Diário do Amapá ontem, ocasião em que falou de seus primeiros dias como congressista e também dos assuntos que já estão na pauta de atuação de todos os integrantes da bancada. Por sua formação na área ambiental, diz que vai estar ombreado com as bancadas tanto ambientalistas como do agronegócio, para estabelecer o que define como modelo de equilíbrio para que o estado identifique o melhor modelo.


 


 

Diário do Amapá – Agora que chegou ao Congresso Nacional deputado, como está sentindo essa experiência de ser representante do Amapá em Brasília?

André Abdon – Primeiro preciso agradecer por essa oportunidade, algo novo para mim, pois é um mandato que nunca tivemos, mas é algo que nos torna particularmente muito úteis ao Amapá, já me sinto assim, primeiro por ter disponibilizado nessa chegada a Brasília a possibilidade de se alocar esse recurso especial de R$ 10 milhões das emendas parlamentares ao Orçamento da União para ser empregado ainda nesse exercício finaneiro.

Diário – Na sexta-feira terminou o prazo para que os novos parlamentares definissem para onde irá esse recurso das emendas parlamentares individuais. O senhor contemplou que entidades deputado?
Abdon – O Governo do Estado, a Prefeitura de Macapá, a Prefeitura de Santana, além das Prefeituras de Mazagão e Ferreira Gomes. A princípio foi isso o que foi possível conseguir.

Diário – Muita gente diz que essa possibilidade do deputado alocar recursos do Orçamento da União é o que mais os aproxima de ser Executivo, ou seja, poder garantir uma obra ou serviço público para uma comunidade. Isso é um alento para quem acha que o mandato legislativo tem lá suas limitações?
Abdon – É sim, mas graças a Deus a bancada federal está toda mobilizada em conversas com o Governo do Estado e com as prefeituras dos municípios, então a gente tem a oportunidade de escutar os prefeitos e identificar o que realmente é o de maior necessidade. A partir dessas demandas é que a gente aloca os recursos, o que acho muito importante porque primeiro a gente escuta, vê o que é necessário e depois coloca o recurso, que vai diretamente para a solução de um determinado problema e quem ganha com isso é a população. Mas para as emendas de bancada, que irão valer para o próximo ano, quero ampliar esse diálogo com is instituções para tonar o mais eficaz possível o alcance dos benefícios que esses recursos extraorçaentários podem dar.

Diário – Por sua formação acadêmica, na área do meio ambiente, pensa em conquistar que espaços no Congresso Nacional?
Abdon – Pela afinidade com o meio rural, até mesmo pela minha posição profissional, buscamos aproximação com a bancada agropecuária, pois hoje o Amapá desponta para isso, começa a despertar uma atividade econômica nova, que é a agroindústria. A gente tem aqui uma terra que já se viu que é próspera, dá para plantar, dá para colher e é de extrema importância essa produção para o Amapá. Tenho certeza que no futuro isso irá alavancar uma nova economia para o nosso estado. Mas nosso mandato não vai ficar só nisso não.

Diário – Que outras áreas pensa atuar deputado?
Abdon – Não podemos esquecer as questões como a saúde, apontada hoje pela população como de maior importância, assim como a segurança pública. Então quero estar ligado em Brasília nas comissões da agropecuária como também com a bancada ambientalista, pois essas duas áreas eu vejo que têm que andar juntas, não podem se dividir, para alcançarmos o equilíbrio e que o Amapá ganhe com isso.

Diário – O fato de também ser servidor público de carreira pode resultar em que tipo de postura do senhor nas questões ligadas ao funcionalismo, especialmente pelas demandas reprimidas que essas categorias têm, como a enorme expectativa pela reversão de quem atuou no antigo Território Federal para os quadros da União?
Abdon – Sim, esse mês de fevereiro já foi promissor nesse sentido, pois já recebemos uma comissão que trata dessas questões. Eu estou com a documentação já em mãos, me ambientando, porque eu era apenas ouvinte, estava do lado de lá por assim dizer, não tinha o devido entendimento total desse assunto. Nós da bancada federal estamos sintonizados para resolver ou buscar através do poder político essas questões almejadas por essas classes, pois algumas ficaram fora, como os policiais militares, bombeiros e outras classes que se sentiram prejudicadas. Em março vamos retomar esse tema com toda a bancada do Amapá para defendermos os interesses dos servidores públicos do estado.

Diário – Essa frase muito dita agora de que os palanques devem ser desmontados para que as lideranças políticas do estado caminhem ombreadas para destravar as grandes questões que ainda atrapalham o pleno desenvolvimento do Amapá, o senhor acredita que isso é possível?
Diário – Sim, plenamente, defendo que a política deve ser de resultado. Não dá mais para apequenar o debate dos grandes temas do estado, a população não merece e também está fora de moda. Tudo tem seu tempo e seu lugar. Por exemplo a tribuna, a atividade no parlamento, ali é o campo do debate de ideias, lá se pode acalorar o debate, é normal. Mas quando os interesses do povo amapaense estão em jogo é preciso a mobilização de todos, isso pode fazer a diferença positivamente aos interesses da nossa comunidade.

Diário – Mas também não se pode negar que nas eleições do ano passado o seu partido, o PRB, teve um crescimento muito grande no Amapá não é mesmo?
Abdon – É, tanto a nível estadual como a nível federal. Aqui nós não tínhamos representantes no Poder Legislativo, nenhum. O PRB fez um representante a nível federal, que fui eu, quatro estaduais, que fora o Pastor Oliveira, Jaime Perez, nosso Delegado Ericlaudio e o Jory Oeiras, de Santana. Então a bancada ficou forte, com peso político eu diria. Lá no Congresso Nacional também nos saímos muito bem, pois tivemos um crescimento de oito deputados federais para vinte e um parlamentares. Vejo que isso é de extrema importância para usarmos esse crescimento em favor do povo do Amapá, para que estejamos unidos para que nos ombreemos em favor dos interesses da gente da nossa terra.

Diário – Obrigado por essa primeira entrevista e felicidades no mandato deputado.
Abdon – Eu que agradeço, não apenas ao Grupo Diário, como a toda a imprensa amapaense e me coloco mais uma vez à disposição da sociedade, pois agora somos representantes de todos e não apenas daqueles que nos confiaram o voto. Farei de tudo para honrar as tradições do povo amapaense, sejam os nascidos aqui ou aqueles que para cá vieram por opção e emprestam todo o seu conhecimento, sua sabedoria e sensibilidade a este estado, por amor, como é o meu caso. Muito obrigado.

 

Perfil…
Entrevistado. O deputado André dos Santos Abdon tem 44 anos de idade, nasceu em Belém do Pará, mas mudou-se para o Amapá quando ainda tinha um ano de idade. Formado em Engenharia Florestal pela Faculdade de Ciências Agrárias do Pará (FCAP) e ingressou por concurso público nos quadros da Prefeitura de Macapá, lotado na Secretaria Municipal do Meio Ambiente, onde fez carreira e chegou a ocupar cargos de direção como Diretor de Meio Ambiente, na gestão do então prefeito Annibal Barcellos. Filho do ex deputado José Abdon, também trilhou os caminhos da política partidária, tendo disputado por duas vezes para vereador e uma para deputad estadual. Foi eleito no ano passado deputado federal com 13,7 mil votos.


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