Pesquisadora norte-americana rastreia os caminhos do manganês do Amapá aos Estados Unidos
Core Fisher estuda os 100 anos de exploração de mineração na América Latina pela Bethlehem Steel, empresa que se associou à Icomi S.A. para extrair manganês no Amapá.
Cleber Barbosa
Da Redação
Minas de ferro em Cuba, Chile e Venezuela, bem como minas de manganês no México e no Brasil. Esse é o roteiro de viagem da pesquisadora norte-americana Cory Fischer-Hoffman, 37, onde a histórica Vila de Serra do Navio está inserida em 100 anos de busca por minérios estratégicos para a indústria do aço – e o esforço de guerra que o planeta vivia no início da chamada Guerra Fria, entre os Estados Unidos e a antiga União Soviética.
Ela concedeu entrevista ao programa CONEXÃO, da rádio Diário FM (90.9), neste sábado (4), quando deu mais detalhes sobre os seus estudos e algumas das primeiras conclusões, como o fato de que entre as condicionantes para a mineradora norte-americana Bethletem Steel estava a exclusividade do fornecimento do manganês para os Estados Unidos.
Mas para a pesquisadora, o modelo capitalista dos negócios de Augusto Antunes – fundador da Icomi – acabou ganhando novos mercados pelo planeta.
“Na história da mina, mais manganês foi enviado para a Europa do que os Estados Unidos, mas nos primeiros sete anos, por condição do empréstimo [de U$ 67 milhões] tudo foi para os Estados Unidos e depois desse período para a Europa, o Japão, a Argentina e o próprio Brasil”, revelou a pesquisadora.
Cory Fischer-Hoffman é uma investigadora interdisciplinar; criadora de mídia; historiadora; Doutora em Estudos Latino-Americanos, Caribenhos e Latinos dos EUA pela Universidade de Albany, em Nova York. É professora assistente visitante em estudos latino-americanos e caribenhos no Lafayette College em Easton, Pensilvânia.
Sua pesquisa atual traça a história de cem anos de operações de mineração da Bethlehem Steel Corporation na América Latina financiada pela Mining History Association, Hagley Museum and Archives.
No Amapá, é bolsista pós-doutoral pela Fundação Fulbright, em colaboração com o professor-doutor Jadson Porto, do Mestrado em Desenvolvimento Regional, da Universidade Federal do Amapá.
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