Entrevista

“Precisamos discutir Macapá para a próxima década”

Com o objetivo de projetar e planejar a cidade de Macapá para a próxima década, essa legisladora da capital movimenta a Câmara Municipal na próxima sexta-feira para iniciar debate sobre a reforma do Plano Diretor Urbano.


Cleber Barbosa
Da Redação

 

Diário – A senhora retornou à Câmara Municipal já propondo uma discussão sobre a necessidade de reformulação do Plano Diretor Urbano da cidade de Macapá. Em que consiste essa iniciativa?

Adrianna Ramos – O Plano Diretor é aquele documento que norteia o crescimento da cidade. E o Estatuto das Cidades, que é uma lei federal, dispõe que de dez em dez anos a gente precisa rever esse documento, pois as nossas cidades estão em constante desenvolvimento. E Macapá não faz essa revisão há vinte anos, sabia? Na verdade, o nosso plano [diretor] tem vinte anos então deveria ter sido revisto dez anos atrás, então como ele não foi acaba estando muito defasado. Para tanto nós propusemos uma audiência pública.

 

Diário – Quem vai participar dela?

Adrianna – Vamos ouvir vários segmentos, a academia, a Unifap, a UEAP, o IFAP, para ouvir a sociedade, as associações de bairros, os legisladores, os secretários e as pessoas que tem a ver com essa discussão, como por exemplo, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo, o Conselho [Regional] de Engenharia, enfim, todo mundo que tem interesse em saber como vai funcionar.

 

Diário – Aliás, os avanços que tivemos na paisagem urbana da cidade, com o início da verticalização, foi graças exatamente a essa última atualização do plano diretor da nossa capital, porque até então havia limitação do número de pavimentos, não é?

Adrianna – Exatamente, eu que moro ali no bairro Jesus de Nazaré verifico que muitas edificações já estão surgindo, outras já existem, não apenas no Centro ou no Trem, pois a gente já verifica o crescimento, a expansão urbana nesse sentido da verticalização, mas a gente precisa discutir essa questão da lei que vai fazer esse estudo, essa análise de como será esse crescimento, saber quais áreas são possíveis e outras que não são adequadas, e é por isso que a gente traz esse debate e fazer isso com quem conhece, com quem estuda e com quem se dedica a isso, então a gente convida as pessoas que têm interesse ou fazem parte do segmento, como a construção civil, enfim, todos a estarem lá com a gente.

 

Diário -A audiência será na semana que vem, não é?

Adrianna – Sim, na próxima sexta-feira, dia 7 de junho, um “sextou” diferente, falando de algo que nós precisamos falar, afinal precisamos lembrar o que está acontecendo lá no Rio Grande do Sul, e vale lembrar que tenho um marido que é gaúcho, então a gente está direto ligado com o que está acontecendo lá, sabendo agora que muita coisa se deu por falta de planejamento, por falta de uma discussão sobre a pressão urbana, a ocupação dos mananciais e demais áreas para onde as cidades se expandem.

 

Diário – É verdade, então mais que oportuno esse debate sobre para onde Macapá pode chegar?

Adrianna – Sim, não podemos renunciar o dever de fazer uma discussão desse nível sem falar de meio ambiente, de sustentabilidade, de cidade inteligente, de cidade humanizada, enfim, tudo isso está relacionado ao debate que estamos propondo, sabendo que não é uma audiência pública que vai exaurir todo esse tema, mas vai dar um start e uma ferramenta, pois queremos de lá produzir um relatório. As audiências públicas precisam ser realizadas para a gente chegar a uma proposta final [de uma nova legislação].

 

Diário – O que mais a senhora e sua equipe estão preparando para esse evento?

Adrianna – Posso aqui até dar um spoiler de algo que ainda estou por confirmar, mas estamos em tratativa, pois convidamos a presidente do Conselho Nacional de Arquitetura e Urbanismo, a doutora Patrícia Sarquis, uma mulher reconhecida nacional e internacionalmente, que se tudo der certo vai enriquecer muito o debate. Além dela, nós temos outras pessoas que também são profundas conhecedoras, como o arquiteto e urbanista Ronaldo Carvalho, que faz parte do CAU Amapá [conselho local de arquitetura e urbanismo], o próprio professor [Alberto] Tostes, que inclusive construiu muitos planos diretores, ou quase todos, dos municípios do estado. Então a gente vai debater com pessoas que têm conhecimento e sabem da importância desse debate e vamos democratizar e abrir para a população falar também.

 

Diário – Convite estão final vereadora.

Adrianna – Sim, a gente em nome da Câmara de Vereadores agradecemos por essa oportunidade e convidamos todos a irem ou no impedimento acompanhar a transmissão do evento.

 

Perfil

Adrianna Socorro Ávila Ramos Segato, é Advogada e Acadêmica de Arquitetura e Urbanismo da UNIFAP.

 

Breve biografia
– A parlamentar está em seu 4° mandato de Vereadora à Câmara Municipal de Macapá.
– Durante esses quatro mandatos, presidiu as Comissões de Constituição, Justiça e Redação, de Relações Internacionais e das Mulheres.
– Foi Procuradora das Mulheres e Primeira Vice-presidente da Casa.
– Exerceu o cargo de Secretária de Estado de Políticas para as Mulheres do Governo do Amapá durante um ano e quatro meses.
– Foi uma das fundadoras da Associação das Mulheres Advogadas do Amapá.
– Tambem integrou a diretoria da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional do Amapá.
– Desempenhou o cargo de Defensora Pública na Defensoria do Estado.
– Seu avô Alceu Paulo Ramos foi Prefeito de Macapá, nos anos 70 e o tio Alceu Ramos Filho exerceu por seis mandatos o cargo de Vereador a Câmara de Vereadores da Capital.
– O pai Paulo José Ramos esteve como vereador do dois mandatos sendo eleito deputado estadual na Assembleia Legislativa do Amapá por cinco vezes consecutivas.
– Hoje, exerce suas atividades como Servidor Público e Advogado Criminalista, tal qual a filha Adrianna Ramos, que já estava ao lado do velho, nas tribunas do Júri.

 

 


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