“Viajantes querem flexibilidade, limpeza, atenção a crianças e pets”
A pesquisa “O que os viajantes querem” ouviu 16 mil pessoas de 8 países e traz tendências de consumo que devem moldar as viagens no pós-pandemia. Traz insights para que os atores do Turismo se preparem para a tão esperada retomada.
Cleber Barbosa
Da Redação
Diário do Amapá – Diante do surto de Covid-19, que alterou planos das pessoas no mundo todo, viajar ficou em segundo plano durante 2020, mas no início deste ano, no entanto, pesquisas domésticas e internacionais começaram a aumentar, o que eslas estão apontando?
Melissa Maher – A ânsia por viagens é alta, a ponto dos entrevistados afirmarem que, em troca de umas férias, deixariam por um mês de assistir esportes (41%), fazer compras online (39%) e usar redes sociais (37%). Além disso, 3 em cada 4 viajantes disseram que sair de férias os faria mais felizes do que ter um smartphone novo. O isolamento social, que já dura mais de um ano, reprimiu a demanda por viagens. Estímulos são esperados nesta temporada, quando muitos irão aproveitar o verão no hemisfério norte para curtir as férias que não puderam tirar no ano passado. Conforme nossa indústria se recupera, é crucial se destacar perante os viajantes que buscam novas experiências em acomodação.
Diário – Dá para dizer algo sobre suas preferências?
Melissa – Quase a metade dos viajantes (45%) considera visitar praias nos próximos 18 meses, enquanto mais do que um terço (36%) prefere ir a uma cidade grande e um terço (33%) optaria por uma cidade pequena. Independentemente do tipo do destino, um fator decisivo para os entrevistados é que esse local seja perto de casa e que dê para chegar de carro. Depois dos destinos próximos, as estadias longas, os tours e atividades ao ar livre e a visita a destinos únicos são os preferidos para as férias que virão.
Diário – E a pandemia já deu a eles algum tipo de nov perfil, cuidados com os protocolos, por exemplo?
Melissa – CLimpeza é o fator mais importante ao realizar uma reserva, segundo os entrevistados. Para quase a metade dos viajantes (42%), os protocolos sanitários aplicados são sim importantes. O fator flexibilidade foi o que mais cresceu em importância entre as pesquisas de 2020 e 2021. Cerca de dois terços dos viajantes (60%) dizem que evitariam uma reserva não reembolsável em troca de descontos na tarifa. Este dado representa uma mudança drástica em relação a 2020, quando dois terços dos entrevistados (66%) afirmaram que era provável que eles fizessem reservas não reembolsáveis.
Diário – O levantamento também pergunta sobre como a expectativa dos viajantes acerca da experiência em hospedagem impacta a reserva?
Melissa – Enquanto mais de 8 em 10 viajantes dizem que “há o que melhorar em hotéis ‘adaptados para crianças’”, cerca de três quartos (71%) afirmam que retornariam a um hotel que de fato tivesse atividades para os menores, e mais de um terço (34%) teria estadias mais longas. Além disso, quase a totalidade dos viajantes (94%) acha que os hotéis que aceitam animais precisam melhorar. Investir em uma experiência “pet-friendly” é uma clara oportunidade para as propriedades: mais da metade (60%) diz que retornaria outras vezes, cerca de metade (42%) se hospedaria por mais tempo e quase um terço (31%) pagaria mais pela diária.
Diário – A preocupação com a conectividade, imagino, deve também dominar esse tipo de preocupação, não é?
Melissa – Mais ainda, pois mais de três quartos dos viajantes (77%) afirmam que a hospedagem escolhida deve ter amenidades-chave em tecnologia, com um terço (33%) dizendo que gastaria mais para ter internet de alta velocidade. Serviços de streaming são especialmente importantes: para a Geração Z (38%) e os Millennials (42%), para quem viaja com filhos e enteados (42%), e turistas do México (61%).
Diário – Pra fechar, já agradecendo por esta entrevista, deixe uma reflexão final, ou uma mensagem, para quem quer retomar as viagens.
Melissa – Embora elas estejam animadas para viajar este ano, a forma com que elas pesquisam, reservam, viajam e se hospedam mudou. Nós queremos entender melhor o que os viajantes precisam para se sentir seguros nas férias pós-pandemia.
Perfil
Melissa é bacharel em contabilidade pela Pennsylvania State University e é contadora pública certificada com licença na Califórnia e em Massachusetts.
Perfil profissional
– Melissa é sócia na prática de Asset Management Assurance da PwC da PwC com mais de 20 anos de experiência no setor.
– Desde que ingressou na PwC em 1999, ela ganhou ampla experiência atendendo clientes de fundos de investimento, incluindo fundos de hedge domésticos e offshore, fundos mútuos, fundos de private equity e venture capital e consultores de investimento.
– Melissa aconselha clientes em questões complexas de contabilidade e relatórios e também é especializada na revisão de controles internos sobre operações de investimento.
– Antes de ingressar na prática da PwC em San Francisco em 2009, Melissa passou 10 anos no escritório de Boston atendendo a alguns dos maiores fundos mútuos e clientes de capital privado da empresa.
– Ela é uma instrutora frequente no Programa de Desenvolvimento Profissional da PricewaterhouseCoopers.
Colocação atual
– Ela é membro do Instituto Americano de Contadores Públicos Certificados, Sociedade de Contadores Públicos da Califórnia, Sociedade de Contadores Públicos Certificados de Massachusetts e 100 Mulheres em Finanças.
Deixe seu comentário
Publicidade