Esportes

Após escândalos, Fifa pede R$ 20 milhões de indenização a brasileiros

Entidade alega que ações de José Maria Marin, Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero, ex-presidentes da CBF


A Fifa lançou nesta semana uma ofensiva judicial para tentar recuperar dinheiro e credibilidade. Em comunicado para a Justiça dos EUA, a Fifa declarou-se vítima do escândalo de corrupção que levou para a cadeia dezenas de cartolas da Conmebol e da Concacaf. A Fifa pede para receber uma parte – não especificada – dos US$ 190 (R$ 725 milhões) milhões recuperados pelas autoridades americanas nesta investigação.

Em outra frente, a Fifa também cobra US$ 28 milhões (R$ 106,75 milhões) dos dirigentes envolvidos neste escândalo. A entidade quer que os cartolas devolvam tudo o que receberam entre salários, passagens, hospedagens e diárias entre 2004 e 2015. Nesta lista, estão os três últimos presidentes da CBF.

A Fifa quer que Ricardo Teixeira, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero lhe devolvam US$ 5,3 milhões (quase R$ 20 milhões). Segundo documento tornado público pela entidade, Teixeira teria que devolver US$ 3.514.025 (R$ 13,2 milhões), Marco Polo Del Nero outros US$ 1.673.171 (R$ 6,3 milhões) e José Maria Marin mais US$ 114.507 (R$ 430 mil).

Presidente da CBF entre 1989 e 2012, Teixeira ocupou um assento no Comitê Executivo da Fifa entre 1994 e 2012, quando foi substituído por Marco Polo Del Nero. Em 2015, acossado por denúncias de corrupção, Del Nero deixou o cargo e foi substituído por Fernando Sarney. Marin nunca foi do Comitê Executivo da Fifa, mas foi presidente do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo de 2014.

Os três brasileiros foram indiciados pelas autoridades americanas, acusados de pedir, receber e distribuir propinas em contratos da CBF e da Conmebol. Ao se posicionar como vítima, a Fifa tenta emplacar uma versão de que os cartolas agiram para “encher seus bolsos” e “prejudicar a entidade”.

– Os réus abusaram de seus cargos de confiança na Fifa e causaram prejuízo grave e duradouro para o futebol. O dinheiro que embolsaram pertencia ao futebol e estamos determinados a obtê-lo de volta, não importa quanto tempo levar – disse o presidente da Fifa, Gianni Infantino, em comunicado distribuído pela entidade.

Outros dirigentes que viraram réus após o escândalo de corrupção que atingiu a Fifa em maio do ano passado também foram citados, casos de Chuck Blazer (US$ 5.374.148 – ou R$ 20,22 milhões), Jack Warner (US$ 4,5 milhões – ou R$ 16,8 milhões) e Jeffrey Webb (US$ 2,016,205 – ou R$ 7,6 milhões).


Deixe seu comentário


Publicidade