Australiana supera 11 anos de abuso para competir no Rio: “Libertador”
Eu cresci muito como pessoa nos últimos anos. Passei a me descobrir melhor. E isso foi muito libertador. A última Olimpíada foi mais para vivenciar a experiência olímpica. Agora estou muito mais focada para alcançar meus objetivos, disse Larrissa.
Uma rotina exaustiva de treinos, cuidados extremos com alimentação e as dores quase permanentes no corpo são as únicas preocupações que uma ginasta deveria ter. Não foi assim com a australiana Larrissa Miller.
As dificuldades naturais para realizar o sonho olímpico por muito tempo foram secundárias para alguém que, dos 5 aos 16 anos, sofreu com um crime que lhe roubou o direito de crescer como as outras crianças da pequena Moranbah, em Queensland, na Austrália. Larrissa Miller sobreviveu a 11 anos de abuso sexual por uma pessoa da família, que ela evita revelar.
Apesar de ter participado da Olimpíada de Londres 2012, é possível dizer que a história olímpica da australianacomeça no Rio de Janeiro. Há menos de um ano, ela tornou público o abuso sofrido por um motivo nobre: encorajar outras pessoas a revelarem e pedirem ajuda.
– Eu cresci muito como pessoa nos últimos anos. Passei a me descobrir melhor. E isso foi muito libertador. A última Olimpíada foi mais para vivenciar a experiência olímpica. Agora estou muito mais focada para alcançar meus objetivos, disse Larrissa.
A decisão de contar à família o que ela vinha sofrendo ocorreu ainda aos 16 anos. Foi a primeira medalha de Larrissa Miller.
– Cheguei ao ponto onde não havia outra escolha. Eu tinha quase 17 anos e sofria com depressão, ansiedade, insônia e transtorno de estresse pós-traumático. Por mais que eu tentasse esconder, as pessoas ao meu redor percebiam mudanças em mim. Eu mal comia. Brigava muito com minha mãe, que pensava que eu era uma adolescente temperamental. As coisas não podiam continuar daquela forma – revelou, em entrevista ao portal especializado wogymnast.com, no ano passado.
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