Cheio de fôlego, Ricardinho se desafia na quadra e sonha com maratona
Levantador exalta a boa forma física, o prazer de enfrentar times fortes e o desejo de virar maratonista quando parar
Cadarços bem apertados, cronômetro do relógio zerado, fones no ouvido. Ricardinho está pronto para encarar 6, 12 ou até 20km de corrida pelas ruas de Maringá. O que era para ter o caráter de relaxamento para alguém com uma vida pautada dentro de ginásios e salas de musculação, passou a ser visto como uma boa forma interessante de seguir competitivo no futuro. Vez ou outra, o levantador campeão olímpico é tomado pela vontade de disputar uma prova, mas o medo de sofrer uma lesão fala mais alto. Prestes a completar 40 anos no dia 19 de novembro, o jogador/presidente do time paranaense ainda não faz planos de encerrar a carreira. Mas depois pensa em virar maratonista.
– Graças a Deus não tenho dores, nenhuma lesão séria, não tenho nada crônico. Não deixo de treinar e tenho minha rotina de trabalho como se tivesse 20 anos. Estou numa forma física muito boa e com um acompanhamento que nunca tive na minha carreira, de nutricionista. Não estou me preocupando muito de quando vou parar. De repente, se a gente não conseguir um outro patrocinador e eu tiver que parar para contratar jogador com o meu salário, se for a única possibilidade para manter o projeto, pode acontecer isso. Mas quero continuar na carreira por um bom tempo. Além da maratona, já vi triatlo também. Eu gosto dessa busca de ver até onde você resiste. No meio da corrida, começo a brigar comigo mesmo. Fico pensando: vou parar… não, não vou. Fico lutando para ver se consigo aumentar a distância ou melhorar meu tempo. Tenho um pouco essa personalidade.
Se conhece tão bem, que recusou os convites de seu preparador físico para participar de provas de revezamento junto com ele.
– Não dá. Vou começar a ficar nervoso ao ver as pessoas passarem e vou querer correr mais. Não vou aguentar ver uma senhora ou um senhor cinquentão passando voando. Mas venho treinando, marcando meus tempos e correndo bem pelo que dizem. Quando tenho a minha folga, procuro ir para os parques para correr e escutar a minha música. Consigo relaxar de uma forma inexplicável. Só quem corre sabe. Estou acostumado a desgaste físico e ali libero endorfina. Agora com a preparação para a Superliga, dei uma controlada um pouco maior. Mas antes estava correndo todo dia, variando de 6 a 12km, normalmente. Não podia correr muito por causa de lesões e também para não perder muita musculatura porque o nutricionista não gosta. Fico me segurando. Machuquei a mão, fiquei uns dias sem treinar, e ia correr para liberar energia. Queria correr fim de semana, mas não fui porque estava com desgaste na coxa.
Deixe seu comentário
Publicidade