Esportes

Com histórico médico, Sharapova pode se afastar de pena de dois anos

Apesar de negligência, russa pode reduzir punição prevista ao mencionar problemas de saúde. Imprensa internacional aposta em gancho de aproximadamente 12 meses


Pega no doping durante o Aberto da Austrália, a russa Maria Sharapova corre o risco de ficar um bom tempo longe das quadras. Segundo o Programa Antidoping de Tênis (TADP) da Federação Internacional de Tênis (ITF), a punição máxima em casos de doping é de quatro anos por uso intencional de uma substância proibida para ganhos de desempenho. O mais provável é que a tenista, que admitiu negligência no caso, possa pegar até dois anos de gancho por utilização não intencional. Porém, ao citar problemas de saúde, a ex-número 1 do mundo pode conseguir uma pena menor – a imprensa internacional e sites especializados especulam por volta de 12 meses.

Durante a coletiva de imprensa que convocou na última segunda-feira, Sharapova revelou que caiu no exame antidoping por causa do meldonium. A substância proibida é encontrada no Mildronate, medicamento que a russa disse tomar há dez anos para combater uma deficiência de magnésio e sinais de diabetes. De acordo com o Eduardo de Rose, membro do Comitê Executivo da Agência Mundial Antidoping (Wada), esse histórico médico pode ser vital para que a tenista não pegue uma pena de dois anos, além de evitar um julgamento por uso intencional.

– Se ela usa para tratamento médico, é obrigada a fazer uma intenção terapêutica, ou seja, uma notificação dizendo que, por razões médicas, ela precisa tomar aquele medicamento. A partir disso, os médicos autorizam ou não. Por outro lado, às vezes isso (histórico médico) ajuda a reduzir a pena porque é um caso em que não há intencionalidade. São tudo coisas que são discutidas no julgamento. Ela é uma atleta de alto padrão e se supõe que ela tem acesso a essa informação – comentou De Rose ao GloboEsporte.com.

Tudo isso seria evitado se Sharapova tivesse se atentado às alterações na lista de substâncias proibidas pela Wada. A entidade havia divulgado desde setembro do ano passado que o meldonium seria considerado uma substância proibida a partir de 2016. Então, ou a russa trocava de medicamento ou ela pedia uma autorização de uso terapêutico aos órgãos que regem o tênis (em níveis diferentes, a Federação Russa, a WTA e a ITF), para manter a medicação sem ser pega no doping pelo meldonium. Nada disso aconteceu. A tenista contou que recebeu em dezembro uma carta da Wada listando todas as substâncias que passariam a ser proibidas neste ano, mas admitiu que não leu o documento. Justamente por essa negligência é que a atual número 7 do mundo não deve escapar de uma punição.


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