Diva do salto em altura: todas as cores de Priscilla Frederick nos Jogos do Rio
Difícil é não apontar o celular para ela: atleta escolhe competir por Antígua e Barbuda, esbanja simpatia com cabelo lilás na Vila Olímpica
Dez minutos de passeio na Vila, não mais que isso. Uma caminhada rápida ali pela grama antes da cerimônia de boas-vindas para a delegação de Antígua e Barbuda, no início da tarde de terça. E virou festa. Priscilla Frederick é espaçosa como seu país, que se espalha por 37 ilhas entre o Mar do Caribe e o Oceano Atlântico. O agasalho azul chamativo vira um detalhe discreto perto do cabelo lilás, do batom roxo, dos cílios carregados, do sorriso escancarado, das unhas brilhantes que misturam anéis olímpicos e a bandeira que ela defende. Dez minutos de passeio na Vila, não mais que isso, e o apelido se materializou em solo carioca: tirem seus celulares do bolso, porque a diva do salto em altura está na área.
Era um tal de gente pedindo selfie, fotógrafos apontando câmeras profissionais, até uns atletas aleatórios do Cazaquistão que estacionaram bem pertinho para observar. Priscilla também tinha um celular na mão, mas não para registrar o momento, e sim para ver o projeto Atletismo 360, do GloboEsporte.com. Girava de um lado para o outro, dava risadas e parecia não acreditar nas imagens – clique no vídeo aí acima e dê uma olhada na reação dela.
A zona internacional da Vila, também chamada de Praça, é assim: jornalistas, fotógrafos, funcionários e atletas circulam à vontade por uma área com lojinhas, lanchonete, salão de beleza, correios e até um pedacinho de praia artificial com areia e tudo. É por ali que a Rio 2016 recebe oficialmente as delegações em cerimônias comandada pela prefeita Janeth Arcain. E o uniforme azul de Priscilla, a rigor, nem é do país dela. A saltadora é nascida e criada na selva urbana de Nova York, bem longe da calmaria transparente das águas do Caribe. Até 2012, ela defendia os Estados Unidos em competições. Era o sonho da mãe. Mas sabe como é seletiva americana para Olimpíadas, né, osso duro de roer.
Aí ela resolveu representar Antígua e Barbuda, o país do pai. Pronto. De lá para cá, entre uma e outra viagem às ilhas para disputar campeonatos nacionais, teve uma participação no Mundial de Pequim em 2015, uma prata suada no Pan de Toronto e, aos 27 anos, sonho realizado: permissão concedida para trazer os cabelos coloridos ao Rio.
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