Entre equilíbrio e raiva, Rafaela tenta reencontrar sua melhor versão
Campeã mundial revê base do seu judô e faz trabalho psicológico para repetir excelente desempenho do seu título de 2013
A medalha que já foi considerada praticamente certa virou ponto de interrogação. Rafaela Silva se transformou numa incógnita para a Olimpíada do Rio. A judoca peso-leve (57kg) se classificou sem sustos para os Jogos, mas seu rendimento recente deixa a dúvida no ar: veremos a Rafaela Silva campeã mundial em 2013 ou a versão que nos últimos tempos insiste em perder lutas consideradas fáceis?
Ninguém ignora o potencial da judoca, que vai para sua segunda participação olímpica, mas ela não tem apresentado resultados significativos em várias competições importantes. No World Masters de Guadalajara, no México, no fim do mês passado, foi eliminada logo na estreia. A carioca da Cidade de Deus não foi páreo para a francesa Helene Receveaux, que não estará nos Jogos do Rio, e deu adeus às chances de ficar no top 8 do ranking para ser cabeça de chave na Olimpíada.
Rafaela já foi número 1 da categoria e hoje é apenas a 14ª. Campeã mundial em 2013 no Rio, ela venceu o GP de Tbilisi este ano, mas vem perdendo combates para adversárias que não costumava perder, como a americana Marti Malloy, que a venceu nas duas últimas vezes que se encontraram.
– A gente está especificando cada vez mais os treinamentos, a parte física, a parte técnica, a parte de estudo de competição. Estou tendo uma oportunidade de poder representar o Brasil novamente numa Olimpíada. Fiquei muito feliz com meu resultado sendo campeã mundial em 2013, depois que me criticaram na Olimpíada (Londres 2012) e falaram que o judô não era para mim. E agora é tentar treinar e repetir o feito do campeonato mundial – disse a carioca, que foi eliminada dos Jogos de Londres após fazer uma catada de perna ilegal e sofrer com ofensas racistas nas redes sociais.
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