Esportes

Ex-guerrilheiro, espanhol de 59 anos mira 2020: “Quero ser porta-bandeira”

Cadeirante após greve de fome na prisão, Sebastián Rodríguez fala sobre erros do passado e descarta aposentadoria


Aos 59 anos, Sebastián Rodríguez não tenta mais esconder o passado: “Sou o que sou por tudo que vivi”, gosta de dizer. Também não hesita em admitir os “graves erros cometidos”. Frases fortes usadas pelo espanhol para se referir ao período em que atuou como guerrilheiro, na década de 1980. Acusado de atos terroristas, acabou condenado a 84 anos de prisão. Foi justamente na cadeia que se iniciou a reviravolta que o fez ser hoje um dos principais nomes dos esportes adaptados de seu país. Dono de 16 medalhas em Paralimpíadas, disputa sua quinta edição dos Jogos na Rio 2016. E já mira Tóquio 2020. Com um objetivo bem definido: carregar a bandeira da Espanha na Cerimônia de Abertura.

Sebastián fez parte em sua juventude do Grupos de Resistência Antifascista Primeiro de Outubro (GRAPO). Sob a justificativa de combate ao regime do ditador Francisco Franco, cometeu crimes com a guerrilha. Preso em 1984, foi condenado no ano seguinte pelo assassinato de um líder empresarial em Sevilla e uma série de pequenos atentados a bomba.

Nos primeiros seis anos de prisão, o espanhol compartilhou cela com seus antigos companheiros de combate. Até que, em 1990, houve uma mudança na política carcerária do país e os guerrilheiros foram separados. Como forma de protesto, o grupo iniciou uma greve de fome. A de Sebastián durou 453 dias e deixou sequelas: a falta de alimentação o fez perder os movimentos das pernas.


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