Fator casa x burocracia: brasileiros tentam treinar no Rio
Hóquei é uma das poucas modalidades do país a se preparar no palco oficial. Casos como tiro com arco e canoagem aguardam liberação
Enquanto o Rio de Janeiro respira Carnaval, uma delegação inteira aguarda ansiosamente pelo fim da festança. Pelo menos, pela liberação do Sambódromo. Mundialmente famosa como a passarela do samba, a Marquês de Sapucaí será palco das competições de tiro com arco durante as Olimpíadas. E, bem antes da disputa por medalhas começar, a Confederação Brasileira da modalidade (CBTarco) negocia para que atletas e comissão técnica da seleção brasileira possam o mais breve possível treinar no local. Assim, esperam fazer valer de alguma forma a vantagem por competirem em casa.
O desejo de treinar numa instalação olímpica não é exclusivo da CBTarco. Outras modalidades também negociam com o governo e com o Comitê Rio 2016 a liberação dos locais para a reta final de preparação das equipes. Nesta sexta-feira, a seis meses do início oficial dos Jogos, ainda são poucos os atletas brasileiros que tiveram esse privilégio.
A seleção brasileira de tiro com arco treina atualmente em Maricá, região metropolitana do Rio de Janeiro. Se os atiradores tivessem a chance de praticar na Sapucaí, conheceriam melhor as condições de vento do local. Como os combates serão realizados nos setores 8 e 9, em que o movimento do vento é considerado aleatório devido à posição das arquibancadas, seria importante para os atletas fazer esta ambientação.
O pedido da entidade foi feito ao Comitê Olímpico do Brasil (COB), mas ainda não houve um retorno positivo. Algo que dificulta a liberação é o fato do local ser de visitação pública e receber turistas mesmo fora do período do Carnaval, além de abrigar uma escola da rede pública de ensino.
– Seria bom para saber como é o vento, isso faz diferença. Seria uma experiência – limitou-se a comentar Marcus D’Almeida, principal expoente do Brasil na modalidade.
Quem também pleiteia o uso de uma área olímpica é a Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa). Pensando na modalidade slalom, que durante os Jogos terá o Parque Radical de Deodoro como palco, a CBC tenta junto à Prefeitura a liberação do local a partir do dia 5 de março. Nesta terça-feira, o presidente João Tomazini se reuniu com o prefeito Eduardo Paes no Rio, mas não houve uma definição sobre o caso. Devido às altas temperaturas do verão carioca, o local foi aberto à população como uma espécie de “piscinão” público.
Enquanto isso, a equipe permanente das categorias K1, C1 e C2 masculino se prepara no Canal Itaipu, em Foz do Iguaçu, no Paraná. Nos bastidores, mesmo sem uma definição sobre a liberação do local a partir de março, a CBC trabalha junto a Federação Internacional para trazer eventos para o Brasil, dentre eles o Mundial sub-23.
No caso de duas modalidades do ciclismo, BMX e Mountain Bike têm pistas específicas desenhadas para os Jogos Olímpicos no Parque Radical de Deodoro. De acordo com a Confederação Brasileira (CBC), foi feita uma solicitação ao COB, que definiria junto ao Comitê Rio 2016 alguns períodos de treinamento.
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