Pelo menos dez atletas brasileiros flagrados em exames antidoping estariam colaborando com as autoridades em uma espécie de delação premiada. De acordo com o jornal “Folha de S.Paulo”, o grupo teria concordado em revelar detalhes sobre o acesso às substâncias proibidas que utilizaram em troca de ter as punições reduzidas.
Os nomes são mantidos em sigilo pela Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), que encaminhou os depoimentos ao Ministério Público de São Paulo. Há um inquérito policial em andamento na 2º delegacia de Polícia de Saúde Pública.
Dentre os casos em averiguação, a ABCD observou o crescimento do uso de eritropoietina, hormônio sintético conhecido como EPO muito utilizado em esportes que exigem alto grau de resistência, como ciclismo e provas de fundo do atletismo. A Agência Mundial Antidoping (Wada) considera a substância proibida porque ela aumenta a produção de hemácias, células sanguíneas responsável pelo transporte de oxigênio.
Com a investigação do Ministério Público, espera-se desvendar possíveis ilegalidades na comercialização do medicamento, utilizado normalmente para tratar doenças como anemia profunda e câncer. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a única restrição à comercialização de EPO é a necessidade de apresentação de receita médica na hora da compra em farmácias.
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