Gideon e o medo da água: da Namíbia, nadador ignora tempo e emociona Rio
Na mesma sessão, o chinês Huang Wenpan avançou à final com a melhor marca, de 40s51, novo recorde mundial. Quando foi para a piscina na manhã de terça-feira, o nadador da Namíbia, país da África sem qualquer tradição na natação, não buscava um lugar na disputa por medalhas.
Faltam pouco mais de 20 metros até o fim da piscina, e as arquibancadas do Estádio Aquático explodem em gritos. Gideon Nasilowski está cansado. Quando já não consegue mais mover os braços e as pernas, joga seu corpo à frente da forma que dá, em um impulso descontrolado. Os rivais esperam, alguns até já se encaminham para sair da água. Mas, na prova mais rápida da natação, Gideon pouco se importa com o tempo. O ouro foi conquistado 1m38s21 antes, logo ao ouvir o sinal para o início da segunda bateria eliminatória dos 50m livre S3 dos Jogos Paralímpicos do Rio.
Na mesma sessão, o chinês Huang Wenpan avançou à final com a melhor marca, de 40s51, novo recorde mundial. Quando foi para a piscina na manhã de terça-feira, o nadador da Namíbia, país da África sem qualquer tradição na natação, não buscava um lugar na disputa por medalhas. Gideon nasceu com Artrogripose Múltipla Congênita (AMC), doença rara que causa múltiplas contraturas articulares e impede o desenvolvimento dos membros. Caminha com dificuldades, nada com ainda mais problemas. Mas, ao sair da água, sob muitos aplausos, tem o fôlego renovado. Ao seu redor, milhares de pessoas que não conhece o deixam atônito. Abre o sorriso, aplaude e agradece.
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