Esportes

Meeting Paralímpico: Wanna Brito fica a 9 centímetros de marca do ouro mundial

Atleta amapaense disputou competição nacional em casa e atingiu 7,65m no arremesso de peso e 22,98m no lançamento de club


 

A amapaense Wanna Brito atingiu a marca de 7,65m no arremesso de peso da classe F32 (paralisia cerebral) neste sábado, 8, durante o Meeting Paralímpico Loterias Caixa de Macapá (AP), e se aproximou do resultado que lhe garantiu uma de suas medalhas de ouro do Mundial de atletismo de Kobe, no Japão, em maio.

 

A arremessadora foi uma das 91 atletas que estiveram no estádio Zerão para participar do evento organizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), com provas de pista e campo. A competição contou com disputas para atletas de alto rendimento e também com Seletivas Estaduais de competições organizadas pela Diretoria de Desenvolvimento Esportivo (DDE): Paralimpíadas Escolares, Paralimpíadas Universitárias e Intercentros (competição entre alunos do projeto Centros de Referência do CPB, com idade de 7 a 10 anos).

 

A marca de Wanna no arremesso de peso ficou a nove centímetros daquela obtida por ela em Kobe, no Japão, de 7,74m. No ano, seu melhor resultado é o recorde mundial de 7,85m, atingido na Primeira Fase Nacional do Circuito Loterias Caixa de atletismo, em março.

 

A atleta também competiu e ganhou um segundo ouro neste sábado no lançamento de club após uma marca de 22,98. No Mundial de Kobe, o melhor resultado da amapaense, que também lhe deu o lugar mais alto do pódio, foi de 26,66m.

 

“Estou retomando o trabalho pesado com foco nos Jogos Paralímpicos de Paris após o título mundial. Gostei de minha marca no peso, consegui me manter dentro de uma média muito boa. Agora é intensificar o trabalho nos dois implementos e seguir evoluindo”, afirmou a atleta, que ganhou projeção nacional após quebrar dois recordes brasileiros na edição de 2022 do Meeting Paralímpico de Macapá.

 

A arremessadora também disse se sentir bem treinando e competindo em sua cidade natal. “As condições de treino em Macapá vêm melhorando e é onde eu me sinto em casa. Gosto da temperatura daqui. No frio, sinto tenho mais espasmos e minha marca pode não sair tão boa. Esse calor do Norte é muito forte e ideal para meu treino todos os dias”, disse.

 

Wanna se emocionou ao falar sobre sua relação com os atletas mais jovens, inspirados por ela. “É muito bom ver os atletas buscando o caminho melhor, que é o mais árduo. Terão de treinar bastante e estarão fazendo o certo. Ensino a quem me admira persistência, resiliência, foco naquilo que se quer. Eu quero muito a medalha de ouro nos Jogos Paralímpicos”, afirmou Wanna.

 

Um exemplo de jovem que tem Wanna como referência é Isabelle da Silva, 21, que foi ouro no arremesso de peso da classe F34 (paralisia cerebral) no Meeting com 6,32m. “É muito importante ter uma competição como essa em nosso Estado, ainda mais com uma campeã Mundial como a Wanna. Ela é referência para mim. Mostra que nós, que somos do extremo norte do Brasil, podemos estar em pódios no mundo inteiro”, afirmou.

 

Outro atleta que se destacou na competição foi o amapaense Isaac Vilhena de Deus, 27, atleta da bocha que realizou sua primeira prova de atletismo paralímpico no Meeting deste sábado. O estreante venceu a prova do lançamento de club da classe F51 (que competem sentados) com a marca de 19,67m. O resultado o deixaria na segunda colocação do ranking brasileiro, caso consideradas distâncias atingidas em 2023. A primeira colocação, no ano passado, foi de Wesley Ouriques, que atingiu 22,23m no Centro de Treinamento Paralímpico, em maio.

 

“Fiquei muito feliz com minha prova e com o meu resultado. Achei incrível a experiência. O club é uma descoberta recente. Meu treinador de bocha achou que eu levaria jeito e eu gostei. Quero desenvolver uma marca ainda melhor do que a de hoje, para brigar sempre pelo ouro”, disse o atleta, que representou a Unicesumar, onde cursa letras.

 

Agora, ele já pensa em competir na Etapa Nacional das Paralímpíadas Universitárias, no Centro de Treinamento Paralímpico, em outubro. “Se eu pudesse definir o que é o esporte, diria que é a salvação. Muitas pessoas, como eu, saíram de uma depressão profunda e nos tornamos pessoas fortes a partir dele”, disse.

 

Um recorde brasileiro esteve perto de ser superado no Meeting. A amapaense Joana Brilhante atingiu 17,26m no lançamento de disco da classe F55 (atletas que competem sentados), pouco menos do que os 17,28 de Gevelyn Quadros registrados em julho de 2019, no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo. “Foi minha melhor marca pessoal. Agora é correr atrás desses centímetros. Foi muito treino para chegar até aqui, inclusive debaixo de chuva”, disse a atleta, que tem mielomelingocele, uma má formação na medula-espinhal, e conheceu o esporte por indicação do professor Marlon Gomes, supervisor do Centro de Referência de Macapá.

 

Fonte: Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB)

 


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