Melhor brasileiro do snowboard faz bicos nos EUA para manter treinos
– As empresas privadas no Brasil não têm interesse em patrocinar atletas de neve. Não sei se não enxergam potencial de marketing. Acho que essa é a maior barreira. Nos Estados Unidos, qualquer garoto é patrocinado. No Brasil, sou o melhor da minha categoria no ranking mundial e não tenho nada.
O dia nasce em El Colorado, no Chile, e Lucas de Rezende sobe a montanha. Com a prancha de snowboard nos pés, está pronto para mais uma dia de jornada dupla. Melhor brasileiro no ranking mundial do cross pela Federação Internacional de Ski (FIS), o paulista de 27 anos precisa se desdobrar para seguir no esporte de alto rendimento. Sem patrocínio, ele é instrutor de esqui e snowboard em uma estação chilena e trabalha em restaurantes nos Estados Unidos, no estado do Colorado, para se manter e treinar fora do país. Campeão brasileiro nesta sexta-feira, em Corralco, no Chile, Lucas começa mais um ciclo olímpico com chances mínimas de se classificar para os Jogos de Pyeongchang 2018, mas mesmo sendo o número 144 do mundo, não se dá por vencido, apesar das dificuldades.
– As empresas privadas no Brasil não têm interesse em patrocinar atletas de neve. Não sei se não enxergam potencial de marketing. Acho que essa é a maior barreira. Nos Estados Unidos, qualquer garoto é patrocinado. No Brasil, sou o melhor da minha categoria no ranking mundial e não tenho nada. Não acho que seja um preconceito com o esporte de neve, é só que a maior parte das marcas não se interessam. Que interesse uma empresa de material de surfe teria em patrocinar alguém do snowboard? Mas uma companhia aérea que voa para a América do Sul talvez sim. Só que ninguém patrocina – garante Lucas, que ficou em nono lugar entre 31 atletas na primeira etapa da Copa Sul-Americana.
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