Nº 1 do revezamento, Fabiana fala de racismo, machismo e política
Cabelos presos e sorriso no rosto. Fabiana Claudino desceu a rampa do Palácio do Planalto, em Brasília, pronta para abraçar o mundo.
Mas, sem abrir mão de suas convicções. No último domingo, logo pela manhã, acordou com a notícia de que não conduziria a tocha olímpica em Vitória, capital do Espírito Santo, no próximo dia 17. Por uma escolha pessoal da presidente Dilma Rousseff, coube a capitã da seleção bicampeã olímpica de vôlei ser a primeira atleta a escoltar um dos símbolos olímpicos, nesta terça-feira, na capital federal. Mulher, negra, Fabiana recebeu de outra mulher a tocha que esteve em suas mãos por pouco mais de um minuto. Ao fim de sua jornada, além de exaltar a felicidade pelo “presente”, ela fez questão de deixar sua mensagem para uma sociedade que ainda considera machista e racista.
– Passamos uma mensagem nesta terça-feira. Queremos cada vez mais quebrar esse lado machista. E estamos conseguindo isso. Ser a primeira, ser uma mulher, negra, e representar esse momento histórico… Me sinto feliz e honrada. Ali, represento todos da minha raça. Acho que as vezes o que falta é oportunidade. Então, toda a oportunidade que temos, devemos aproveitar e falar em nome de todas as raças. A mensagem que tenho que deixar é que sou honrada de representar meu povo e meu país. Me desculpa, estou tão assim que não consigo me expressar da melhor forma. Mas sirvo de exemplo, de espelho para todas as mulheres, para todos os negros, mostrando que temos nosso espaço e o nosso momento, garantiu a jogadora.
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