Esportes

No top 5 da história, Fabiana Murer é a mais velha a atingir ápice da carreira

Principais adversárias da brasileira conquistaram melhores marcas antes dos 30 anos


Saltar 4,87m representou uma quebra de paradigmas para Fabiana Murer. Além de romper uma estagnação de seis anos em termos de marcas, a brasileira fugiu ao padrão de toda a elite do salto com vara feminino mundial. Aos 35 anos, ela tornou-se a atleta mais velha da modalidade a atingir o ápice da carreira. Dona do quinto melhor salto da história, ela é a única entre as principais atletas cotadas para a Olimpíada do Rio a ter alcançado o feito depois dos 30 anos.

Murer tem 35. Suas contemporâneas no esporte, a russa Yelena Isinbayeva e americana Jennifer Suhr, ainda em atividade, ocupam os postos de maiores saltadoras da história. Tiveram as melhores performances da vida em pista descoberta aos 27 e 26 anos de idade, respectivamente. Mas, de lá para cá, diminuíram sua dominância sobre as demais adversárias.

Dona dos 11 melhores saltos de todos os tempos, Isinbayeva estabeleceu o recorde mundial de 5,06m em 2009. Desde então só saltou mais do que Murer neste domingo em duas ocasiões: em 2013, quando se sagrou campeã mundial em Moscou com 4,89m, e no dia 21 de junho deste ano, passando o sarrafo a 4,90m no Campeonato Russo. Devido à suspensão internacional do atletismo do país, no entanto, a marca não foi homologada pela Federação Internacional (IAAF) – a presença nos Jogos, inclusive, está sob análise da Corte Arbitral do Esporte (CAS). Vale lembrar, no entanto, que Isinbayeva passou as duas últimas temporadas afastada do esporte dedicando-se à maternidade.

Depois de saltar 4,92m em 2008, Suhr superou a barreira de 4,87m apenas em três oportunidades. Em compensação, conseguiu em 2013 derrubar Isinbayeva do posto de recordista mundial indoor, cravando 5,02m. Nesta temporada, voltou a surpreender na temporada coberta e melhorou a própria marca em um centímetro, fazendo 5,03m. O título do Mundial de Portland, em março, veio com 4,90m.

Murer vem na contramão. No ano passado, viu o ouro do Mundial de Pequim escapar no último salto da cubana Yarisley Silva, mas fez sua parte. Na final no Ninho do Pássaro, repetiu seu recorde pessoal até então – 4,85m. Neste ano, o último da carreira profissional, deu um passo além.

– É muito difícil se manter em alto nível com boas marcas. Não sou muito forte e nem muito veloz. Estou, inclusive, mais lenta do que era antes. (…) Treino velocidade para me manter. Mas sei que não consigo mais ganhar velocidade pela minha idade. Em 2011, eu era muito mais veloz. Mesmo sem ser tão veloz como minhas principais rivais, consegui fazer a melhor marca – disse a brasileira.


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