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Pivô Bruno Cei, um coroa que ainda arrebenta nas quadras

Basquetebol


A idade pode até revelar que alguns movimentos já não saem com tanta facilidade, mas motivação e entrosamento não faltam para o pivô Bruno Cei, que aos 55 anos é titular no time de basquete do Santos-AP.

Disputando o Campeonato Adulto de Basquete do Amapá, o jogador vem suando a camisa nos treinos, deixando até alguns colegas no fundo da quadra.

O gigante de 2,04 metros é um dos mais altos e o mais velho da equipe do Santos-AP, que tem entre os jogadores, uma média de 28 anos de idade. Bruno conta que pega pesado nos treinamentos para motivar a equipe.

– Eu me dedico muito nos treinamentos, pois sei que indiretamente eu obrigo essa garotada a treinar forte, porque atualmente a juventude está cheia de vaidade. Eles veem um velho fazendo cesta e se sentem ofendidos e não querem ficar para trás – revela bem-humorado.

Bruno relembra que o primeiro contato com a bola laranja foi em 1953, quando tinha 13 anos, e foi pelo time do Paysandu, do Pará. O auge da carreira veio em 1991 quando conquistou o título estadual e ficou em terceiro lugar no Campeonato Brasileiro pelo Pitt Corinthians, do Rio Grande do Sul.

– Eu comecei no Paysandu na década de 50, quando Papão e Remo também eram tidos como religião no basquete e os torcedores lotavam o Mangueirão. Lá eu aprendi os fundamentos básicos do basquete que me acompanham até os dias de hoje. O meu auge foi na Pitt Corinthians onde fui campeão estadual. Aquele time era uma máquina – relembrou.

São mais de 40 anos de muitas cestas e jogos inesquecíveis, mas para Bruno Cei o que marcou na memória foi uma partida em 1991, quando jogava pelo Pitt Corinthians contra o Monte Líbano.

Perdendo por um ponto e faltando dois segundos para o fim do jogo, Bruno perdeu dois arremessos livres que tiraram a chance de disputar a final do campeonato nacional. Apesar da derrota, ele conta que a situação o ajudou a dá cem por cento nos treinos.
“Acho que marca mais, os jogos que a gente perde do que aqueles que a gente ganha. Em 1991 o Pitt Corinthians estava na semifinal do brasileiro de basquete e nós perdíamos por um ponto. Nos dois últimos segundos de jogos, tivemos dois lances livres em que eu arremessei, só que perdi os dois e fomos eliminados. No final isso me ajudou muito a me dedicar ainda mais”, contou.

As grandes atuações de Bruno Cei fizeram com que ele fosse convidado a vestir a camisa amarelinha da Seleção Brasileira Master de Basquete. A experiência deixou saudades e agora o principal objetivo do veterano é voltar à seleção, e para isso tem que fazer uma boa campanha no Estadual.

“Eu já disputei jogos pela seleção master e eu quero sentir este gosto novamente, que é o meu grande objetivo. Mas para isso eu preciso ir bem no campeonato de basquete e tenho que está bem fisicamente e psicologicamente”, disse Bruno.
Bruno Cei revelou que pretende encerrar a carreira nos próximos dois anos e entre os planos para a aposentadoria está aumentar a família com mais um filho. Mesmo fora das quatro linhas da quadra, o atleta conta que vai ajudar outros jogadores a vencerem no basquete e quem sabe, incentivá-los a sonhar com uma NBA ou olimpíada.

“Eu ainda pretendo jogar por um ou mais dois anos, pois também tenho outros planos. Ainda quero ter um segundo filho com a minha esposa. Mesmo que eu me aposente, nunca me afastarei do basquete”, promete.

“Pretendo continuar agenciando esses jovens jogadores para que um dia, quem sabe, cheguem na NBA ou em uma olimpíada, igual ao amapaense Venilton Teixeira no taekwondo”, conclui.


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