O departamento jurídico do Remo conseguiu ontem, junto ao Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região, que as premiações e as cotas de patrocínio fossem parcialmente desbloqueadas. Há mais de um mês que a 13ª Vara do TRT havia barrado o clube nas suas quotas, que estavam todas retidas na Federação Paraense de Futebol (FPF) e já foram recolhidas para o pagamento de dívidas trabalhistas. Ontem, a Corregedoria do Tribunal decidiu reduzir o bloqueio de patrocínios do clube pela metade. A próxima meta dos advogados do clube é tentar suspender o leilão da área do Carrossel, marcado para o dia 12 de julho.
Na determinação referente ao bloqueio, o Remo passará a receber 50% dos seus patrocínios. “Antes, não chegava nada ao clube, porque estava 100% bloqueado. Na sentença da Corregedoria, também ficaram mantidos os 30% de bloqueio para a renda, além da estipulação de um teto para qualquer bloqueio futuro. Esse bloqueio é daqui para frente. O que já havia sido bloqueado foi utilizado para o pagamento de dívidas”, explicou o diretor jurídico azulino, André Meira.
A notícia é, obviamente, boa para o clube, mas não resolve um problema imediato. Tudo o que foi bloqueado na FPF já foi utilizado pelo TRT. A Federação teve que depositar em juízo todo o dinheiro destinado ao Remo, referente aos direitos de transmissão do campeonato estadual (R$ 398 mil, da Funtelpa), da meritocracia (R$ 112 mil, também da Funtelpa), prêmio de campeão estadual (R$ 120 mil, do Banpará) e patrocínio (R$ 54,5 mil, também do Banpará). Esses R$ 684.500,00 que a diretoria ainda contava para pagar parte de uma folha salarial ainda em atraso não volta mais.
A contrapartida exigida pelo Tribunal para a diminuição do bloqueio é que o clube apresente, em um prazo máximo de 30 dias, um plano de pagamento do montante total das dívidas trabalhistas, em um período de três anos. “Temos até o dia dois de julho para apresentar esse plano ao Corregedor do Tribunal (Desembargador Gabriel Napoleão Velloso Filho). Vamos nos reunir com a diretoria para tratar desse assunto. Alternativas não faltam para sanar esse problema”, confirmou Meira.
O Remo descumpriu quase todos os acordos feitos na Justiça do Trabalho nos últimos anos. Um levantamento feito pelo colunista Carlos Ferreira, de O LIBERAL, confirmou que a dívida judicializada do Leão Azul está em R$ 11.983.771,02, correspondente a 110 processos. Ainda não estão incluídos valores das ações recentes, que ainda não foram julgadas, como as da gestão de Zeca Pirão (Athos, Zé Soares, Leandrão, Rogélio e Jonathan).
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