Esportes

Rival de Cielo, Nathan lembra: “Já esteve em má fase antes e voltou”

Americano campeão olímpico dos 100m livre em Londres 2012 e prata nos 50m livre no Mundial de Kazan 2015 acredita que o brasileiro pode dar a volta por cima no Rio


Tricampeão mundial e campeão olímpico em Pequim 2008 nos 50m livre, Cesar Cielo tem sofrido no último ano para se manter vivo na disputa pelo topo das provas de velocidade. Depois do difícil 2015, o brasileiro não conseguiu apresentar um bom resultado no primeiro desafio do ano: o Grand Prix de Orlando, realizado na última semana. Com os 22s47 feitos na competição, aparece apenas em 26º no ranking mundial na temporada. O nadador de Santa Bárbara D’Oeste (SP), no entanto, segue tendo o respeito dos rivais, mesmo sem ainda ter vaga garantida para os Jogos do Rio. O americano Nathan Adrian, ouro nos 100m livre em Londres 2012 e prata nos 50m livre do Mundial de Kazan 2015, acredita que Cielo ainda pode dar a volta por cima.

– Eu certamente não o descartaria (entre os favoritos). Ele já esteve em má fase antes e voltou. Eu acredito que os nadadores brasileiros em média são bons. Os velocistas brasileiros formam um time de verdade e podem ir ao pódio também no revezamento 4x100m. Vai ser muito divertido – disse o americano, durante o TeamUSA 2016, evento que promove o encontro da seleção olímpica dos Estados Unidos e a imprensa antes de cada edição dos Jogos.

Nathan Adrian viu de perto, por exemplo, Cielo se recuperar de uma fase difícil, quando estava sendo acusado de doping, em 2011. Até dias antes do Mundial de Xangai, quando foi realizado o julgamento, o brasileiro não sabia se teria a permissão para disputar o torneio. Com apenas uma advertência, ele acabou sendo liberado para nadar e conseguiu deixar para trás os meses de agonia afastado da piscina, além das críticas de alguns rivais, garantindo o ouro nos 50m livre e nos 50m borboleta. Depois, também acompanhou a dura recuperação da cirurgia nos dois joelhos após Londres 2012 e a volta por cima com o tri mundial nos 50m livre e o bi, no borboleta, em Barcelona 2013.

Agora a luta de Cielo é contra o relógio. Na primeira seletiva olímpica, em dezembro, foi mal nas eliminatórias dos 100m livre e acabou deixando a competição antes mesmo de disputar os 50m livre. Agora, tem 40 dias para conseguir a classificação na última seletiva, em abril, no Troféu Maria Lenk. Enquanto isso, seus principais rivais seguem mantendo boa regularidade. Ouro em Londres 2012, o francês Florent Manaudou tem a melhor marca do ano (21s57), seguido pelo americano Nathan Adrian (21s70).

Embora não descarte a presença de Cielo na briga pela medalha de ouro nos Jogos do Rio, o americano mostrou mais confiança na boa fase de Bruno Fratus. O maior velocista dos Estados Unidos na atualidade não economizou elogios ao atual medalhista de bronze mundial nos 50m livre e dono de uma das vagas brasileiras para o Rio até agora.

– Bruno está na melhor fase da carreira dele. Acho que ele nunca foi tão rápido, se não me engano. O Bruno tem inacreditáveis últimos 15 metros de prova nos 50m. Ele é provavelmente o melhor do mundo nestes últimos metros. Se ele não estiver muito atrás depois da metade da prova, ele certamente vai ao pódio – garantiu.


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