Esportes

Sonhando com Rio 2016, Talisca Reis muda de cidade por falta de apoio

Taekwondista busca vaga de reserva em seletiva olímpica. Ela deixou Londrina para treinar em Rio Claro


Membro da seleção brasileira, a taekwondista Talisca Reis está de casa nova. Natural de Porto Velho, a atleta de 24 anos deixou a cidade de Londrina, no Paraná, onde residiu e, por seis anos, treinou com Fernando Madureira, técnico de Diogo Silva e da medalhista de bronze de Pequim 2008, Natália Falavinga. Ela se mudou para Rio Claro, no interior de São Paulo, e agora está sendo comandada por Carmen Carolina, técnica do time feminino do Brasil.

Os atletas adultos de Fernando Madureira tinham uma casa na cidade do Paraná e recebiam uma ajuda de custo. Mas a Prefeitura de Londrina precisou fazer cortes no orçamento e encerrou o auxílio. O treinador até tentou a manutenção, pagando a casa do próprio bolso, mas, depois de um tempo, ficou impossibilitado de arcar sozinho com os custos. Outros atletas foram buscando novos caminhos, e a rondonense fez o mesmo.

– Foi pela falta de apoio. Perdemos a nossa casa, a Prefeitura cortou a categoria adulta do projeto. Vários atletas foram deixando, voltaram para casa, encontraram outros lugares. Eu decidi no fim do ano passado após conversar com o Fernando Madureira e com a Carmen. Decidi ir para Rio Claro – disse Talisca, lembrando ainda que alguns atletas como Guilherme Dias e Edval Marques, campeão dos Jogos da Juventude, precisaram desistir dos planos de treinar com Fernando Madureira em Londrina.

Talisca encontrou refúgio em Rio Claro. Se o fim do projeto de Londrina pareceu algo negativo em um primeiro momento, especificamente para ela, a nova casa tem oferecido melhores condições. Segundo a taekwondista, há mais atletas femininas na cidade do interior de São Paulo, dando a ela uma preparação melhor para as competições.

– Em Rio Claro temos plano de saúde, bolsa na faculdade, uma casa da Prefeitura. Para mim foi um lucro e tanto porque a equipe é menor e a maioria é de meninas mesmo. Tem da seleção e militares. O Edval e o Guilherme vieram para cá também. Acabou sendo algo produtivo para mim. Lá em Londrina tinha poucas meninas, eu treinava mais com meninos. Para mim está sendo melhor. Ano passado tive de viajar para muitos torneios e fazer intercâmbio nos EUA (por três meses) para poder treinar com meninas e ter um ritmo diferente – relatou.

Apesar da mudança, Talisca conta que ainda visita Londrina e pretende voltar lá de vez em quando para realizar alguns treinamentos com Fernando Madureira, a quem diz ser “muito grata”.


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