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Brasileiros com menor renda consomem mais arroz e feijão e menos industrializados, aponta IBGE

Os dados são da “Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018: Análise do Consumo Alimentar Pessoal no Brasil” e aborda os hábitos alimentares dos brasileiros.


Da Redação

Uma pesquisa divulgada na semana passada pelo Instituto Brasileiro de Estatística e Geografia (IBGE) mostra que arroz, feijão, pão francês, farinha de mandioca, milho e peixes frescos estão mais presentes na mesa das pessoas com renda financeira baixa do que na daqueles com renda mais alta. No entanto, a maioria das frutas e produtos industrializados teve maior frequência nas classes sociais de rendimento financeiro maior.

O gerente da pesquisa, André Martins, explica que embora haja diferença na frequência de consumo de arroz e feijão entre as pessoas de classes de rendimento diferentes, esses produtos ainda são bastante presentes na dieta dos brasileiros em geral. Mas na classe de rendimento mais baixa a quantidade consumida é maior. “Já os produtos industrializados, que têm valor de mercado maior, são mais encontrados nas famílias de rendimento per capita mais alto”, afirma.

Além de produtos como doces, pizzas, salgados fritos e assados e sanduíches serem mais frequentes na classe de rendimento mais alta, a quantidade consumida também é maior entre eles. Um exemplo é a pizza, alimento referido por 4,6% dos moradores dos domicílios com maior rendimento, no período pesquisado. Nos domicílios de renda mais baixa esse número era de 1%. Em relação à quantidade, os moradores com 10 anos ou mais de idade, das famílias de renda mais baixa consomem, em média, 1,8 gramas de pizza por dia, enquanto aqueles com renda mais alta consomem 12,5 gramas.

“Isso acontece porque as pessoas de maior rendimento têm condições de comprar alimentos mais variados. A renda permite que essas pessoas façam opções por esses alimentos, que embora não tenha uma qualidade nutricional muito desejada, custam mais caro”, afirma André. A pesquisa também aponta a diminuição na frequência de consumo de arroz e feijão pela população nos últimos dez anos. Nesse período, houve uma redução no consumo de arroz e feijão e aumento das preparações à base desses alimentos. O consumo de feijão variou de 72,8%, em 2008-2009, para 60%, em 2017-2018.

A frequência do consumo de frutas, verduras e legumes foi menor entre os adolescentes que entre adultos e idosos. As únicas exceções foram açaí e batata inglesa. Além disso, o consumo de ultraprocessados, como salgadinhos chips, salsicha e refrigerantes, foi maior entre os mais jovens. Outra diferença nos hábitos alimentares entre os grupos de idade foi indicada pela POF: idosos consomem com mais frequência leite, café, chá e sopas e caldos que adolescentes e adultos. A salada crua está mais presente na alimentação de adultos (22,3%) e idosos (21,1%) que na de adolescentes (14,7%).


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