Caminhada em Macapá alerta para a importância da adoção de crianças

Acontece neste sábado, 21, a ‘III Caminhada pela Adoção’, promovida pela Sociedade Amapaense de Apoio a Adoção (SAAD). A concentração ocorrerá às 8h na Praça Veiga Cabral e percorrerá o centro da Capital até chegar à Praça do Forte, que será palco de várias atividades, entre as quais palestras e distribuição de panfletos com informações sobre o processo de adoção.

Entrevistada na manhã desta sexta-feira, 20, no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9), a presidente da entidade, a advogada Cassia Navarro, falou sobre os objetivos da caminhada e discorreu acerca do processo de adoção no Amapá. Segundo ela, apesar de não ter registros de adoção no Cadastro Nacional de Adoção do Ministério da Justiça, são muitos os casos de adoção no estado.

“No Amapá temos uma realidade muito peculiar, que é a adoção consentida, isto é, a criança é doada pelos pais biológicos e a adoção é oficializada pela justiça. Isso também acontece em vários estados brasileiros, tanto que 60% das adoções que foram feitas via cadastro nacional ocorreram em três estados: Rio Grande do Sul (148), São Paulo (127) e Paraná (27); no total, 11 estados não registraram qualquer adoção no cadastro nacional”, revelou.

 

Questionada sobre o grande número de crianças em abrigos e o longo período de afastamento dessas crianças do convívio familiar, Cassia Navarro atribuiu o problema à burocracia e à própria legislação: “Além do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) prever o limite de dois anos para permanência da criança e do adolescente em abrigo, o que na minha opinião é um tempo muito longo, a burocracia no processo de adoção no Brasil agrava esse quadro; outra questão é a falta de conhecimento da população sobre os mecanismos da adoção, por isso nós fazemos esse trabalho de esclarecimento através de ações educativas, como a caminhada que vai acontecer neste sábado, com a expectativa de um grande público, porque agregamos estabelecimentos de ensinos públicos e particulares e instituições como o Tribunal de Justiça (Tjap), Ministério Público (MP-AP) e faculdades, como a Estácio, por exemplo, que tem efetiva participação em nossos eventos eventos, além da presença de crianças e adolescentes de abrigos, que estão numa expectativa muito grande, tanto que já pediram camisas até para bebês de dois anos de idade”, detalhou.