Cooperação técnica viabiliza projeto de produção de sementes florestais no Bailique
A implementação de áreas de coletas de sementes no arquipélago vai promover inclusão produtiva das famílias por meio do fortalecimento das cadeias do açaí e de sementes florestais, escolhidas pelos próprios moradores.
A Embrapa e a Associação das Comunidades Tradicionais do Bailique (ACTB) assinaram um acordo de cooperação técnica para implementar áreas de coleta de sementes florestais e crioulas no arquipélago localizado na foz do rio Amazonas. Também serão realizadas ações de educação ambiental e conservação dos recursos naturais e da agrobiodiversidade, beneficiando diretamente 140 extrativistas. Sementes crioulas são aquelas utilizadas tradicionalmente pelas comunidades e que o agricultor reserva, de uma parte da colheita, para poder plantar na próxima safra. Localizado no município de Macapá (AP), o Bailique é um celeiro da biodiversidade da região, onde as principais atividades são o extrativismo vegetal e a pesca. Com acesso somente por via fluvial, o arquipélago é formado por oito ilhas onde residem cerca de dez mil pessoas em 51 comunidades.
Assinaram o acordo, que tem vigência de 18 meses a partir de 20 de julho de 2016, o chefe-geral da Embrapa Amapá, Jorge Yared, e o presidente da ACTB, Geová de Oliveira Alves. Essa cooperação técnica trata da execução do Projeto Semear (Produção de sementes florestais e crioulas em comunidades tradicionais do arquipélago do Bailique), que tem como proponente a Associação de Moradores e Produtores Rurais da Comunidade do Arraiol-Bailique e assessoria técnica do Núcleo de Pesquisa em Recursos Florestais da Embrapa Amapá. A pesquisadora Ana Euler é a responsável técnica pelo Projeto Semear, que tem o apoio financeiro do Ministério do Meio Ambiente.
A implementação de áreas de coletas de sementes no arquipélago vai promover inclusão produtiva das famílias por meio do fortalecimento das cadeias do açaí e de sementes florestais, escolhidas pelos próprios moradores. O documento prevê ainda que o cadastramento dessas áreas junto ao Ministério da Agricultura vai adequar as duas cadeias à legislação e adoção de modelos mais eficientes de produção. Entre os resultados a serem obtidos está o mapeamento e caracterização da vegetação, status de conservação e uso do Território do Bailique.
O plano de trabalho seguirá etapas definidas: zoneamento do território do Bailique com definição das fitofisionomias e identificação dos maciços de açaizais nativos em seis ilhas do arquipélago e zona costeira; capacitação de agentes multiplicadores locais em uso de GPS para seleção e marcação de árvores, coleta, manejo e beneficiamento de sementes, viveiro e produção de mudas florestais nativas, plano de negócio para comercialização de sementes e mudas florestais, boas práticas de produção e manejo de açaí, segurança alimentar e nutricional, políticas de compras públicas e de apoio à comercialização; demarcação de áreas para coleta de sementes; e seleção, georreferenciamento e mapeamento das melhores matrizes de diferentes espécies.
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