Josy Araújo é denunciada por fraudes na criação de sindicatos
Sindicalista acusa deputada federal de prorrogar mandato desafiando a Justiça com ajuda fraudulenta do superintendente do Ministério do Trabalho no Amapá
A deputada federal Josy Araújo (PTN) é mais uma vez protagonista de escândalo na gestão da Federação das Indústrias do Estado do Amapá (Fieap). De acordo com denúncia feita pelo sindicalista Felipe Monteiro ao programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9) na manhã desta quarta-feira, 29, Josy prorrogou o mandato dela como presidente se aproveitando da falta decisão judicial sobre qual Vara do Trabalho tem competência de quem julgar ação que definirá os rumos da gestão na entidade.
“Além disso, tem várias outras irregularidades e mesmo fraudes que estamos denunciando ainda hoje (quarta-feira) na Polícia Federal e no Ministério Público Federal, inclusive venda ilegal de imóvel da Fieap; é uma vergonha, porque as coisas estão acontecendo e temos que assistir a tudo passivamente enquanto não se tem uma decisão definitiva sobre quem tem competência para julgar esse conflito de competência. Mas agora, felizmente, já temos um Parecer do Ministério Público do Trabalho definindo essa competência para a doutora Natasha, Juíza da 1ª Vara. Estamos confiantes de que agora essa questão vai ser solucionada”, ponderou.
O sindicalista – que foi eleito, mas não assumiu a entidade justamente em função do conflito de competência suscitado pela defesa de Josy Araújo, também acusou a atual presidente de “manipular a Superintendência do Ministério do Trabalho”. Ele afirma que tem até pessoa já falecida integrante conselho de administração constituído pela deputada, além de obter “favorecimentos” do atual superintendente, que foi indicado por ela em Brasília:
“Ela (Josy) prorrogou o mandato dela como presidente usando até um morto, Mauro Pinto Almeida, falecido em julho de 2016 para compor a diretoria. A deputada também se vale do fato do superintendente do Ministério do Trabalho ser indicação sua para alterar dados dos sindicatos junto ao Ministério, tanto que ela criou de forma ilegal cinco sindicatos para decidir eleições e decisões na Fieap em favor dela”, reclamou o sindicalista.
Feudo familiar
Conforme a denúncia de Felipe Monteiro, pelo menos cinco sindicatos foram criados de forma irregular para manter Josy à frente da entidade: “São sindicatos de atividades inexistentes no Amapá, muitos dos quais criados em até 30 minutos, como de fabricação de navios, outro de óleos vegetais, e de fabricação de joias, em que ela própria é a presidente, e os demais tendo como dirigentes membros da família dela, além de outros casos absurdos. Na realidade, com a ajuda desse superintendente, que faz o que ela quer, a deputada transformou a Fieap numa extensão da casa dela; é o pai, o irmão e outros parentes”.
Por conta de irregularidade praticadas por Josy Araújo, de acordo com o sindicalista, o Amapá é o único estado brasileiro que não tem voz, nem voto na Confederação Nacional da Indústria (CNI): “O nosso estado é o único do país que não tem representante na CNI por conta de tantas irregularidades praticadas pela deputada, e ela prossegue nesses desmandos, inclusive agora, desafiando a justiça, se aproveitando da falta de definição da Justiça; o rombo que ela deixou na Fieap em 2013, que foi denunciado por nós, no valor de 3 milhões e 200 mil reais só não foi maior porque na época ela ficou apenas três meses à frente da entidade; mas temos esperança que agora esses problemas terão solução”, concluiu.
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