Morte de presidente da Portela foi execução sumária, diz delegado
O presidente da Portela, Marcos Falcon, foi executado dentro do escritório de campanha por homens encapuzados, que invadiram o local armados de fuzil.
O titular da Divisão de Homicídios da Capital, delegado Rivaldo Barbosa, detalhou como foi a mecânica do crime.
“Foram quatro homens em um carro que estacionou na porta do comitê. Três deles desceram armados de fuzil, enquanto o motorista aguardava ao volante. Dois dos assassinos entraram no comitê, enquanto o terceiro ficou do lado de fora. A ação foi rápida e foram disparados dezenas de tiros, sem chance de reação da vítima, que morreu na hora. Muitos dos tiros atingiram a cabeça de Falcon”, informou Rivaldo.
O delegado Rivaldo Barbosa disse ainda que o crime foi uma execução sumária. “Foi uma ação direcionada a Falcon. Uma execução sem chances de defesa. O policial foi atingido por vários tiros”, afirmou Rivaldo.
Após o trabalho dos peritos da Delegacia de Homicídios, o corpo de Falcon foi retirado do escritório de campanha por homens do Corpo de Bombeiros.
Quando o corpo deixou o local em direção ao Instituto Médico Legal para perícia complementar e trabalho dos médicos legistas, os moradores da região bateram palma como uma última homenagem ao presidente da Portela.
Entenda o Caso:
O presidente da Escola de Samba Portela, Marcos Vieira Souza, 52 anos, conhecido como Marcos Falcon, candidato a vereador pelo município do Rio, foi morto a tiros de fuzil na tarde de ontem (26). Ele foi vítima de uma emboscada, feita por quatro homens em um carro, perto do comitê de campanha, na Rua Maria José, em Oswaldo Cruz, zona norte da cidade.
Falcon era candidato pelo PP e assumiu o comando da escola de samba de Madureira há menos de um ano. Antes, ele ocupava o cargo de diretor administrativo da Portela. Falcon era subtenente da Polícia Militar e durante vários anos foi lotado na Divisão Antisequestro da Polícia Civil, onde participou da libertação de várias pessoas sequestradas no Rio, entre elas, empresários de ônibus.
Lamento
A morte de Marcos Vieira de Souza pegou o pessoal ligado ao samba de surpresa. Para o carnavalesco Max Lopes, a notícia foi um choque. Ele chegou esta tarde de Florianópolis (SC) e se disse perplexo, pois é muito amigo da mulher de Falcon, a porta-bandeira da Escola de Samba Beija-Flor Selminha Sorriso. “Era um casal que se completava muito”, disse Lopes.
Max lembrou ter ficado muito feliz ao ver Falcon no comando da Portela, “porque ele resgatou um monte de coisas boas na escola, como a volta da comunidade, a respeitabilidade da escola”. “A Portela voltou a ser aquela escola monumental que sempre foi. Fico triste em saber uma notícia dessas, porque era uma pessoa educada, que me tratava compre com carinho, com a maior leveza”.
O diretor de carnaval da Escola de Samba Império Serrano, Paulo Santi, lamentou a morte do presidente da Portela. “É muito triste saber que uma pessoa ligada ao samba tenha esse tipo de passamento. Só tenho a lamentar que isso tenha ocorrido”. Santi disse que o assassinato de Falcon mexe com o destino da Portela. “Era uma pessoa que fez uma Portela melhor, não que não fosse boa lá atrás, mas fez uma Portela mais dinâmica, competitiva, e isso se perde, porque é uma liderança perdida”.
A Liga Independente das Escolas de Samba do Grupo Especial (Liesa), informou através de sua assessoria, que não vai se manifestar por enquanto.
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, que é portelense, divulgou nota sobre a morte do presidente da Portela. “Lamento muito pela morte de Marcos Falcon. Com amor e dedicação, Falcon revolucionou a nossa Portela nos últimos anos. Meus sentimentos aos familiares, especialmente à minha amiga Selminha Sorriso. Espero que a polícia esclareça esse crime com a maior brevidade possível”.
Agência Brasil
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