Sarney cria instituto para estudar e apresentar soluções para
Entidade só discutirá temas relevantes para o país.
Instalado no edifício Oficce Tower, em Brasília, o ex Presidente da República e ex senador pelo Amapá, José Sarney (PMDB), trabalha na criação de um instituto de pesquisas, estudos estratégicos e políticas sociais para debater e estabelecer sugestões para o Brasil.
Empenhado para a consolidação do projeto, Sarney deu entrevista exclusiva, anteontem, ao jornalista Luiz Melo, já no espaço onde em breve começará a funcionar o grande centro de discussões de temas relevantes para o país.
“Quero viver até o último dia de minha vida, servindo à Nação brasileira. Todo dia acordo com essa disposição. Ainda agora estamos trabalhando para a realização deste instituto para que continuemos a pensar no Brasil e ajudá-lo a crescer”, disse o ex Presidente na entrevista.
José Sarney, ao anunciar o projeto do instituto de pesquisas, estudos estratégicos e políticas sociais, disse que o Brasil é maior do que qualquer crise e que, como todos os países, tem os seus momentos difíceis e de grande desenvolvimento.
O ex senador pontuou que o Brasil tem hoje uma estrutura poderosa interna e no mercado comum, firme como a sétima economia mundial, e que por isso vai superar a atual crise para então retomar o seu grande caminho.
“Ninguém pode prever, estabebelcer o tempo da crise, mas o que desejamos é que dure pouco, e fazer as coisas certas para que se possa corrigir os erros, acentuou.
José Sarney manifestou descrença quanto à reforma política ora em debate e em votação na Câmara Federal. Ele observou que sempre o Congresso encarregado de fazer a reforma não a concretiza porque é uma ameaça à reeleição daqueles que ocupam o poder.
Perguntado sobre a maneira de atuar do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o ex Chefe da Nação preferiu dar os seguintes exemplos, em vez de falar diretamente sobre o colega de partido: “Todos os presidentes que resolveram ser durões, tiveram um destino que não foi bom. Assim ocorreu com o marechal Deodoro da Fonseca; Jânio Quadros, o homem da vassoura; e Fernando Collor de Melo. Já os tolerantes, como Juscelino Kubitschek, eu e Fernando Henrique Cardoso, vencemos as crises, e o Brasil continuou o seu caminho”.
Sarney observou que o Amapá, pela sua posição geográfica estratégica se transformará num estado que no Norte será a grande porta do país para o Caribe e o mundo.
O ex presidente lembrou que como senador deixou no Amapá a mentalidade de que sem infra-estrutura não se faz um grande estado. E que foi por isso que trouxe o porto de Belém para Santana, construiu hidrelétricas, trouxe o Linhão de Tucuruí, área de livre comércio, zona franca verde, caminho para escoamento de grãos e a possibilidade para uma grande província mineral, entre outras realizações de infra-estrutura.
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