17ª Semana dos Museus: Banda Placa disponibiliza acervo cultural e histórico do Amapá
Biblioteca Elcy Lacerda recebeu dois exemplares do livro ‘Luz’, obra que resgata a história do grupo e da cultura amapaense.
Foi proporcionado um bate-papo entre os integrantes da banda, estudantes, líderes de grupos tradicionais e demais visitantes que colheram informações, tiraram dúvidas e acompanharam a exibição da série “Diversidade Cultural do Amapá”, com mostra de vídeos, resultado de linhas de pesquisas sobre a cultura de pelo menos nove comunidades históricas que influenciaram os músicos, entre elas, Mazagão Velho, em Mazagão; Curiaú, em Macapá, e o Tambor de Criola, em Porto Grande e, suas festividades como do São Tiago, São Gonçalo, Divino Espírito Santo e Mãe de Deus da Piedade.
O fundador e vocalista do grupo, Carlos Augusto Gomes, o Carlitão, revela que o acervo contém mais de 400 produções que contam a cultura, tradição e peculiaridades das comunidades tradicionais.
Difusão cultural
Também foi apresentado ao público o livro “Luz” que, em um pouco mais de 200 páginas, retrata toda a trajetória da Banda Placa e as pesquisas de campo feitas nessas comunidades. “Nossa missão sempre foi contar a história do Amapá com conhecimento. E isso exige pesquisa e muito trabalho. Nos sentimos realizados hoje em poder compartilhar com tantos jovens e estudantes o nosso acervo que é uma produção independente. E poder deixar esse legado às gerações que virão”, enfatiza Carlitão.
De acordo com os autores, o livro levou três anos para ser finalizado e foi lançado oficialmente em março deste ano no Teatro das Bacabeiras. Dois exemplares foram doados para a Biblioteca Pública para consulta de usuários. Cada uma das nove comunidades pesquisadas também receberam entre cinco e oito exemplares da obra.
Para Milena Barros, aluna da escola Alexandre Vaz Tavares, o material vai ser essencial para os trabalhos escolares. “Vai ser de grande ajuda para desenvolver nossas atividades onde temos que explorar a cultura. E, como filhos da terra, temos o dever de conhecer nossas origens. Eu, particularmente, me interesso muito pela Música Popular Amapaense (MPA) e a dança do marabaixo”, revela a estudante.
Para a professora de ensino fundamental, da Escola Estadual Brasil Novo, Maria Aurea, o evento foi uma oportunidade de aprimorar ainda mais o conhecimento cultural que expressa nas poesias que compõe. A poetiza ‘Nega Aurea’, como prefere ser chamada, é mestre em Ciências da Educação e componente do movimento literário amapaense ‘Afrologia Tucuju’, que devenvolve os poemas na linha étnico-raciais, exaltando a cultura indígena e afrodescendente e, que, também deixou um exemplar à disposição na Biblioteca Elcy Lacerda.
“Eu vim representando o meu grupo para sugar até a última gota de conhecimento. Todo esse acervo que está sendo disponibilizado nos dará suporte para compormos com mais propriedade”, ressalta Aurea.
Banda Placa
A Banda Placa foi criada em 1983 por Carlitão e o irmão dele, o músico Álvaro Gomes, e entrou nas paradas de sucesso das rádios tocando canções como: “Minha Cidade”, “Placlarear”’ e “Amassadeira” e gravou seis Cd’s.
Ao longo de 36 anos, 67 músicos passaram pela banda e alguns continuaram no cenário musical e fazem sucesso na carreira solo, nomes como Joãozinho Batera, Osmar Júnior, Roneri, entre outros, que ajudaram a formar a identidade cultural do Amapá e o jeito de ser do povo tucuju, através de suas canções.
As músicas são produzidas e baseadas nas diversas peculiaridades que compõe a cultura e história do estado. “Nós temos uma música chamada ‘Levada do Bolão’, onde fazemos um registro do grupo do bolão muito famoso em Mazagão composto pela Tia Chiquinha, já falecida, o Velho Bolão. Outra música nossa é a ‘Tambores’ que fala da fundação do município de Mazagão”, relembra.
Além de cantar a cultura tucuju a Banda Placa realiza projetos culturais, sociais e educacionais, fomentando o legado da produção cultural amapaense e da história do povo, entre eles : A Vida e Obra de Paulo Diniz; Rock Luz; Carnaval do Povo; Música na Escola; Mazagão Velho dois séculos de Cultura; Ponto de Encontro; Placa Esporte Clube; Alé; Frutos e Sementes; Tambores; Nossos Ídolos e Aiô Folia.
A formação atual da Banda Placa possui 12 integrantes, são eles: Carlitão e Batan (vocalistas), Alan Gomes (baixo), Álvaro Gomes (guitarra), Macarrão (bateria), Diego Gomes (percussão), Grilo (percussão), Sinei Sabóia (trompete), Amilson (teclado), Nel (sax e flauta), Valério (percussão) e Xuxu (trombone).
“Ao longo desses 36 anos temos trabalhado para deixar um legado às futuras gerações. E em 2019, nós ainda vamos realizar mais dois eventos como esse, convidando os jovens e representantes das comunidades pesquisadas para prestigiar e interagir conosco”, releva o músico Carlitão.
Ele adianta que o último evento deve acontecer no mês de novembro, celebrado como o mês do músico, no Centro de Educação Profissional de Música Walkíria Lima, encerrando a turnê histórica de 36 anos da Banda Placa.
Deixe seu comentário
Publicidade